Debate na Câmara cobra atenção do Estado para doença celíaca
Para ouvir o relato dos portadores da doença celíaca (intolerância ao glúten) e debater soluções, o presidente da Comissão de Legislação Participativa (CLP), deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), promoveu audiência pública na semana passada na Câmara.
Publicado 10/10/2016 10:07
“Milhões de pessoas, por todo o mundo, seguem suas vidas sem sequer ter o conhecimento de que são portadoras da doença celíaca. Sem o diagnóstico e o tratamento correto, essas pessoas estão sujeitas a várias complicações de saúde, que podem culminar até mesmo em seu óbito”, destaca Chico Lopes.
Para conscientizar a sociedade sobre a necessidade do controle e tratamento da doença e o debate permanente sobre o assunto, o deputado Chico Lopes propôs a instituição do Dia Nacional da Pessoa com Doença Celíaca.
Para o autor do requerimento da audiência, realizada em conjunto com a Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Odorico Monteiro (Pros-CE), secretário de Saúde em quatro municípios de seu Estado, “a doença tem um componente genético forte, é sistêmica e silenciosa. Precisa sair do consultório e ganhar o conhecimento público. Daí a importância de divulgar o que é, seus efeitos e como conviver, já que não tem cura”.
De acordo com estudo da Associação dos Celíacos do Brasil, as mulheres são mais afetadas pela intolerância ao glúten, presente em alimentos preparados com trigo, cevada, aveia e centeio.
Hábitos alimentares
A doutora Elda Regina Leite Galvão, assessora técnica da Associação de Celíacos do Mato Grosso do Sul, lembrou a dificuldade enfrentada pelos celíacos para cuidar da saúde. “O diagnóstico da doença celíaca requer uma mudança dos hábitos alimentares, uma reeducação alimentar e cuidados no preparo dos alimentos”, disse.
O esclarecimento do público e da classe médica é a principal sugestão da ACB, já que o único tratamento é não consumir alimentos que contêm glúten, pois sua ingestão agride o intestino delgado causando atrofia na mucosa intestinal e consequentemente má absorção dos nutrientes. A doença pode ter consequências graves como câncer de esôfago e intestino.
Segundo a doutora Zaíra Tronco Salerno, do Conselho Nacional de Saúde (CNS), é necessário elaborar um guia alimentar para o celíaco. “O único tratamento é a dieta isenta de glúten, por toda a vida”, explicou.