"É um escárnio chamar isso de 'PEC do Emprego'”, afirma Daniel Almeida 

Para o líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), a PEC 241 que limita os gastos públicos vai aprofundar a crise em áreas como emprego, saúde e educação, ao contrário do que os aliados do governo querem fazer crer. “É um escárnio considerar isso como ‘PEC do emprego’. É menosprezar a inteligência das pessoas", avaliou em entrevista à Tribuna da Bahia.  

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A fala do comunista é uma resposta as declarações do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) que, em entrevista ao mesmo jornal baiano, referiu-se à PEC 241 como “PEC do Emprego” ao afirmar que a emenda é necessária para recuperar a economia brasileira.

Segundo Daniel Almeida, o projeto não é solução para mudar a conjuntura econômica. “Muito pelo contrário. Nos últimos anos, as experiências mais positivas para superar a crise foram distribuir renda, aumentar o mercado consumidor, valorizar o trabalho… “Ou seja, quando você faz as políticas sociais, valoriza o salário e inclui mais gente no mercado de consumo, você supera as dificuldades econômicas”, defendeu.

"Mas fazer uma PEC que corta todos os gastos nessas áreas por 20 anos, você não só não recupera agora, como compromete o desenvolvimento no futuro”, explicou o líder comunista, acrescentando que todos os estudos e dados apurados por especialistas apontam que a PEC tem o objetivo de cortar gastos públicos, "e corta nos setores essenciais para a vida das pessoas: saúde, educação, segurança, salário mínimo…", destacou. 

Para Daniel Almeida, o discurso do governo Temer é semelhante ao do ex-presidente Fernando Collor na década de 1990, quando confiscou poupanças. “Há uma mobilização intensa, um discurso falso, mentiroso de que essa PEC é a única salvação, uma espécie de bala de prata. E se não fosse aprovada, não haveria saída para o país”, disse, lembrando que o confisco da poupança feito por Collor tinha o mesmo propósito e “todo mundo sabe como terminou”, alertou o deputado.