Petrobras anuncia nova política de preços

A Petrobras anunciou a adoção de uma nova política de preços para a gasolina e o diesel em suas refinarias. O diesel será reduzido em 2,7% e a gasolina, 3,2%, e os preços começam a valer a partir de amanhã (15). 

Combustível

Segundo a empresa, a política de preços será baseada na paridade com o mercado internacional, que inclui custos com frete de navios, transporte interno e também taxas portuárias, e em uma margem que servirá para remunerar riscos inerentes à operação, como a volatilidade da taxa de câmbio e dos preços. A diretoria da estatal definiu que não vai praticar preços abaixo da paridade internacional.

As avaliações para revisões dos preços serão feitas ao menos uma vez por mês, podendo resultar em manutenção, diminuição ou até mesmo aumento dos preços nas refinarias.

A Petrobras ressaltou que as alterações nos valores cobrados em suas refinarias não poderá se refletir no preço final para o consumidor. Segundo a empresa, se o reajuste for repassado integralmente, o diesel poder ficar até 1,8% mais barato, e a gasolina, 1,4%.

Aumento do petróleo diminui ganhos da Petrobras com combustíveis

Nas últimas semanas, o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional diminui os ganhos da Petrobras com a venda de diesel e gasolina no Brasil. O barril tem ficado acima dos US$ 50, mas, mesmo com o anúncio da redução de preços nas refinarias, a companhia mantém vantagem em relação ao mercado externo.

Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a vantagem da estatal na venda de gasolina caiu de 23,6% em setembro para 15,2% no acumulado até o dia 11 de outubro, na comparação com os preços de referência global.

O CBIE crê que a diminuição dos preços anunciada pela companhia deve colocar a diferença entre os valores nacionais e os de referência global em 12%.

Para Adriano Pires, da CBIE, a empresa deveria ter aguardado a próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em novembro. Nela, os países poderão chegar a um acordo que aumentará o preço do barril, deixando-o mais próximo de US$ 60 e obrigando a Petrobras a anunciar um aumento dos preços.

“Se houver um consenso sobre redução de produção e o barril chegar a US$ 55, dependendo do câmbio, a Petrobras pode ser obrigada a aumentar os preços da gasolina e do diesel", afirma.

O barril de Brent acumula valorização de 13% desde que foi anunciado o pré-acordo da Opep para reduzir a produção.