Mais de 2 mil jornalistas já foram demitidos na Argentina este ano

Desde que o presidente Mauricio Macri assumiu o cargo em dezembro de 2015, mais de 2 mil jornalistas já foram demitidos na Argentina. Os sindicatos da categoria denunciam a postura “passiva” do chefe de Estado diante da demissão em massa dos trabalhadores da área de comunicação em diversas empresas, inclusive estatais.

Manifestação contra demissões na Argentina - Efe

Um dos exemplos mais marcantes desta crise no país é o caso da Rádio América. Há mais de dez meses os trabalhadores autogestionam a empresa porque os donos “fugiram”. No atual contexto, os funcionários não recebem salário, apenas dividem um pequeno lucro obtido na empresa.

A representante sindical da Rádio, Daniela Gisbert, afirmou que o governo de Mauricio Macri sugeriu que a empresa declarasse falência para solicitar subsídios a fim de manter a estabilidade trabalhista dos funcionários. Porém, os donos abriram mão do empreendimento.

A estabilidade trabalhista é considerada a pior dos últimos dez anos da Argentina. Fora os comunicadores, em todas as outras áreas de trabalho são demitidas cerca de mil pessoas diariamente.

O Observatório de Direito Social considera que o país passa por uma das piores crises trabalhistas dos últimos tempos porque afeta três pilares fundamentais: perda do valor real do salário mínimo, demissões em massa e aumento de suspensões.