Exploração de campos marginais de petróleo terá conteúdo local zero

Em evento no Rio de Janeiro na última segunda-feira (24), a diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, afirmou que a rodada de campos com acumulações marginais não terá exigências de conteúdo local.

petróleo - Agência Petrobras

Ela disse que a agência se manifestou ao Ministério de Minas e Energia recomendando "conteúdo local zero na 4ª rodadinha". "Acredito que o Conselho Nacional de Política Energética vai autorizar", disse, para uma plateia de executivos do setor de petróleo.

Campos marginais são aqueles em que a extração de óleo deixa de ser lucrativa para algum operador, mas que pode ser economicamente viável para outra empresa, geralmente de menor porte.

A quarta rodada de licitações de campos marginais deverá ocorrer em março de 2017, com blocos nas Bacias do Espírito Santo, na Bacia Potiguar e na Bacia do Recôncavo.

Desde que assumiu a direção da Petrobras, Pedro Parente tem sinalizado que pretende mudar a política que exige um mínimo de conteúdo nacional na exploração de petróleo. Em setembro, ele afirmou que a política foi mal desenhada. “Não dá para pagar 40% acima do preço porque existe uma política mal desenhada, essa política é ruim”, disse.

Em agosto, Márcio Félix, secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, também falou em fazer mudanças na política. “Não é exploração sem exigência de conteúdo local, pois nenhum país do mundo faz isso, mas vamos adequar a situação”, explicou.

Entretanto, entidades representativas da indústria, como a Fiesp, se reuniram com o presidente Michel Temer para evitar alterações radicais na política. Para eles, as mudanças anunciadas até o momento beneficiam somente as petroleiras.