Em meio à crise, chefe dos três poderes discutem segurança 

A tentativa de Michel Temer de evitar o agravamento da crise institucional que se estabeleceu com a disputa entre o Senado e o Supremo Tribunal Federal (STF) será posta à prova no encontro marcado entre os chefes dos Três Poderes, no Palácio do Itamaraty, nesta sexta-feira (28), para discutir um pacto nacional para a segurança pública.

Em meio à crise, chefes dos Três Poderes se reúnem para discutir segurança - Palácio do Planalto

A expectativa é que, além de discutir os temas em pauta, o encontro sirva para amenizar o mal-estar entre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e a presidenta do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, causado pela Operação Métis da Polícia Federal.

Embora seja um tema de competência dos estados, Temer quer substituir o projeto da presidenta Dilma Rousseff para a segurança pública no país, alegando que é necessário que as autoridades dos Três Poderes juntem esforços para discuti-lo. Serão marcadas também reuniões entre governadores e secretários de Segurança para dar continuidade às discussões.

Segundo assessores, a previsão é que o encontro dure menos de duas horas. Pelo cronograma oficial, apenas um representante descerá ao térreo do prédio do Itamaraty para relatar à imprensa o que foi acertado entre os Poderes da República para buscar soluções para a área de segurança pública. Paralelamente, será servido um almoço a todos os participantes da reunião encerrando as conversas.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), deve seguir direto para o estado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não deve participar do almoço já que embarca para o Azerbaijão às 13 horas, para uma missão oficial que termina apenas no próximo dia 3.

Sucateamento

Antes mesmo do encontro começar, policiais civis do Distrito Federal se concentraram em frente ao ministério para aproveitar a presença dos representantes dos Três Poderes e reivindicar isonomia salarial com a Polícia Federal (PF) e protestar contra “o sucateamento da segurança pública no DF”, segundo anunciou o sindicato local.

Os manifestantes se posicionaram ao redor de um boneco inflável do governador do DF, Rodrigo Rolemberg, caracterizado como o personagem Pinóquio. Em função do barulho que eles provocaram, as autoridades tiveram que mudar de sala.

Nesta semana, agentes da PF foram contemplados em um projeto de lei aprovado na Câmara que determina reajustes salariais para diversas categorias. O incremento salarial ainda precisa do aval do Senado para que possa ser concedido escalonadamente a partir do próximo ano.