UJS: Principal objetivo da invasão no MST é criminalizar os movimentos

A União da Juventude Socialista (UJS) lançou uma nota rechaçando a postura da policia civil, que invadiu a tiros a Escola Florestan Fernandes, do Movimento sem Terra (MST), na manhã desta sexta-feira (4). Segundo a entidade, o objetivo dessa ação é criminalizar os movimentos sociais. "Após o golpe, tem crescido no Brasil o número de arbitrariedades comandadas pelo Poder Judiciário e pelas forças policiais", afirma um trecho do comunicado.

bandeira do mst

Confira a íntegra da nota:

Ocorreu na manhã de hoje uma invasão arbitrária e truculenta por parte da Polícia Civil e Militar na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) do MST em Guararema-SP. Não possuíam mandado de segurança. A operação batizada de “Castra” aconteceu ainda no Paraná, em Quedas do Iguaçu; Francisco Beltrão e Laranjeiras do Sul. Até o momento seis lideranças do MST foram presas.

O principal objetivo dessa operação é criminalizar os movimentos sociais. Após o golpe, tem crescido no Brasil o número de arbitrariedades comandadas pelo Poder Judiciário e pelas forças policiais. Essa também tem sido a tônica nas escolas e universidades ocupadas e nas inúmeras manifestações contra o Governo Temer, que também tem sido alvo de repressão desproporcional e injustificável.

Há ainda outros casos dessas violações ao Estado de Direito e a Constituição de 1988, como a decisão do Juiz de Brasília que autorizou expressamente o uso de métodos tortura para a desocupação de uma escola, a decisão do corte de ponto dos servidores públicos em greve, a infiltração de agentes de segurança nos movimentos sociais, os vazamentos de investigações em segredo de justiça.

A Florestan Fernandes, vem se tornando cada vez mais um espaço de formação política do movimento social brasileiro e mundial. No momento da invasão havia uma turma de 120 estudantes de 46 países. Nós da UJS realizamos nos últimos dois anos, três atividades de formação na Escola e temos prevista mais uma ainda este ano. Esse ataque não é apenas ao MST, é um ataque a todas as organizações e pessoas que discordam e que tem resistido a essa onda de retirada de direitos e de desmandos em curso no Brasil. Seguiremos na luta pela retomada da democracia e contra a criminalização dos movimentos sociais.

Lutar não é crime!

União da Juventude Socialista

São Paulo, 04 de novembro de 2016.