Governo admite fracasso e reduz projeção do PIB 

O Ministério da Fazenda reconheceu oficialmente nesta segunda (21) que a economia brasileira vai crescer menos que o projetado anteriormente em 2017 e anunciou a revisão da projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas em um país) em 2017, de 1,6% para 1%. Para 2016, a estimativa, que era queda de 3%, piorou, passando para uma contração de 3,5% da economia. Assim, o governo admite o fracasso em relação à retomada do crescimento. 

Temer e Meirelles

"O que realmente causou essa recessão foi uma queda de confiança causada por questões fiscais [problemas nas contas públicas]. O empresário retrai investimento. O mais importante que a gente tem de resolver é a questão fiscal. É o âmago de tudo", disse o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, repetindo o discurso padrão do governo, que vai ficando desgastado diante da realidade concreta.

Diferente do que o presidente Michel Temer e seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, insistiam em dizer, a confiança na economia brasileira não voltou com a saída da presidente Dilma Rousseff e o corte de investimentos. Pelo contrário. 

Os índices de confiança, que num primeiro momento até ensaiaram uma melhora, estacionaram e alguns, inclusive, recuaram. Houve a constatação de que a melhora prometida em importantes indicadores objetivos da atividade econômica não ocorreu. Muitos números, na verdade, pioraram.

As novas previsões do governo para o PIB estão em linha com o que projeta o mercado financeiro, conforme mostra o mais recente levantamento feito pelo Banco Central e divulgado nesta segunda. A expectativa do mercado é que a economia encolha 3,4% em 2016 e cresça 1% em 2017.

Ocorre que quando a economia cresce menos que o previsto, o governo também arrecada menos impostos que o esperado. Portanto, a mudança na projeção para o desempenho do PIB também deve afetar os cálculos do governo para suas receitas em 2017. Ou seja, vai ficando mais difícil resolver a questão fiscal, tão alardeada pelo governo.