CTB Bancários emite nota e rechaça plano de reestruturação do BB

A Coordenação dos Bancários(as) da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) emitiu uma nota pública crítica ao plano de reestruturação do Banco do Brasil. "A CTB reafirma sua luta por um Banco Público, com compromisso com o desenvolvimento social e a retomada econômica do Brasil", destacou o texto.

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Contra a redução de agências nas localidades mais distantes e pobres, os Bancários classistas se unem aos consumidores na luta por um atendimento bancário digno. Para a CTB a reestruturação vai na contramão do que o BB e o Brasil precisam!

Confira a íntegra da nota:

 
Nota da CTB Bancarios sobre a reestruturação do BB
 
Graças ao empenho e compromisso dos seus funcionários e funcionárias, o Banco do Brasil é um empresa sólida, com números robustos e resultados expressivos, apesar da crise financeira que assola o mundo. O lucro líquido de R$ 7 bilhões em set/16, representando um retorno sobre patrimônio líquido de de 10,0% a.a e o crescimento de 9,8% do seu resultado estrutural demonstram essa robustez. Apesar disso, a nova presidência do Banco insiste em comparar o BB com seus pares privados, invertendo a lógica de ser balizador de mercado (principal função de um Banco Público) e passando a ter sua política organizacional determinada pela lógica de maximização do lucro e resultado. A premissa de "resultado acima de tudo" não serve para uma empresa com "espírito público", mas serve para um banco que está sendo preparado para ser privatizado.
 
Nesse contexto, a Reestruturação Organizacional implementada nesta segunda [21 de novembro], com fechamento de 402 agências, transformação em PAA de 379 unidades, extinção de unidades estratégicas e superintendências e redução de 9.072 cargos, tenta se justificar no novo modelo de atendimento do BB, o modelo digital. Mas, sob o pretexto de eficiência operacional, deixa de lado o papel de Banco Público e de agente de desenvolvimento de diversas localidades, lançando as bases para venda de um dos maiores ativos do povo brasileiro.
 
O modelo digital, além de viabilizar uma maior exploração dos funcionários, um gerente de contas consegue gerenciar um número 35% maior de carteiras de clientes, se comparado ao atendimento nas agências físicas, também aumenta a exploração sobre o cliente que consome até 40% mais produtos e serviços bancários. Já denunciamos alguns problemas desse modelo .
 
Com o fechamento de locais de atendimento e redução do quadro das agências, o consumidor sofrerá ainda mais com filas e péssimas condições de atendimento e os funcionários sofrerão uma sobrecarga ainda maior de trabalho, e os chamados canais de atendimento alternativos passarão a ser os únicos canais disponíveis para os clientes, com o estrangulamento ainda maior do atendimento das agências.
 
Por isso, a CTB reafirma sua luta por um Banco Público, com compromisso com o desenvolvimento social e a retomada econômica do Brasil. Defendemos a bandeira da valorização do trabalho, proteção ao emprego e qualidade de vida, dizemos não à exploração do sistema financeiro. Nos juntamos aos diversos consumidores do Sistema Bancário Brasileiro na luta por um atendimento digno e com respeito. Essa reestruturação vai na contramão do que o BB é o Brasil precisam!