Líderanças sociais e políticas decidem por impeachment de Temer 

O #Ocupa Brasília, movimento realizado nesta terça-feira (29) contra a pauta conservadora em análise no Congresso, promoveu reunião com parlamentares de diferentes partidos políticos, juristas, lideranças sociais e sindicais para definir a estratégia de luta em defesa dos direitos sociais e trabalhistas e do Estado Democrático de Direito no país. A decisão é de que os movimento sociais e juristas vão entrar com pedido de impeachment contra Michel Temer na próxima terça-feira (6). 

Lideranças sociais e políticas decidem por pedido de impeachment de Temer - CTB

Ao final da reunião, a líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que a reunião serviu para “construir uma estratégia comum e uma união política diante da profunda e grave crise política que estamos passando”. E que, diante do consenso de que há crime de responsabilidade e o impeachment é a saída que cabe nesse momento, os políticos estimularam as entidades sociais a protagonizarem o processo de impeachment, e não os políticos.

“Isso nos dá mais liberdade no processo”, avalia Feghali, anunciando que “temos uma prazo até segunda-feira (5) para que todas as entidades decidam, com suas diretorias, dar entrada no pedido de impeachment. E terça-feira será protocolado”. Ainda segundo ela, “os movimentos sociais apresentarem o pedido trará mais robustez e sustentação política e social para o processo”.

Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da Minoria no Senado, existe de crime de responsabilidade por parte do presidente ilegítimo Michel Temer no caso de tráfico de influência do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima, e surgirão novos fatos com a delação premiada da Lava Jato, com aprofundamento da crise.

Gestão temerária

O presidente nacional da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, que participou da reunião, avalia que “não precisa ir longe para conceituar a gestão sem voto de Michel Temer. Basta atentar que seis ministros da equipe do presidente golpista, nomeada por ele mesmo como preparada e de lisura incontestável, tiveram suas demissões encaminhadas por corrupção. Essa gestão temerária já reúne todos os requisitos necessários para exigirmos a renúncia de Temer”, afirmou Araújo.

Para ele, isso não só revela a real faceta “deste grupo que tomou de assalto o Palácio do Planalto, mas deixa escancarado o golpe que o Brasil viveu em 2016”.

A reunião fez parte da agenda do #Ocupa Brasília que fez uma marcha pela Esplanada dos Ministérios e um protesto em frente ao Congresso no início da noite desta terça-feira, para protestar contra as matérias em votação, a PEC 241/55, que congela os gastos públicos por 20 anos, na pauta de votação do Senado, e a reforma do ensino médio, em análise na comissão mista do Congresso.