Obama diz ao deixar governo que Rússia é "país fraco"

O presidente estadunidense Barack Obama, em sua última entrevista no cargo, afirmou neste sábado (17) entre outras coisas que a Rússia é um "país fraco". A declaração ocorre após a derrota dos Estados Unidos e seus aliados em Alepo, na Síria, e em meio às acusações da CIA de que os russos teriam ajudado Trump a derrotar a candidata de Obama nas últimas eleições.

Putin e Obama - Voz da Rússia

O declínio americano tem consequências para o Brasil, uma vez que significa a reafirmação de uma ordem multipolar justamente no momento em que o Brasil, com Michel Temer, decidiu abandonar a política externa dos governos Lula e Dilma para tentar voltar a ser quintal e satélite dos Estados Unidos

Obama disse para a Rússia "parar" com as atividades de hacking porque, segundo ele, os Estados Unidos também têm a capacidade de intervir no governo de Vladimir Putin com a mesma ferramenta.

"Quero mandar uma mensagem clara para a Rússia e para os outros: não continuem com isso porque podemos começar a fazê-lo também". Para ele, a candidata democrata Hillary Clinton acabou não sendo "tratada de maneira justa nas eleições". Tais declarações são informalmente tratadas em Moscou como reconhecimento de Obama que seu governo foi fraco.

Ainda tentando alterar o sentido das coisas, Obama afirmou que a Rússia é uma "nação menor e mais fraca" porque não tem poder industrial. "Sua economia não produz nada que alguém queira, com exceção de gás e armas. Eles não inovam".

O presidente norte-americano acrescentou que "não acontece muita coisa na Rússia" sem Putin, mas não acusou o presidente russo de ter ligações pessoais com os casos de hacking nos EUA, limitando-se a dizer que os crimes aconteceram "nos níveis mais altos do governo russo".

Além disso, disse que Putin pode "enfraquecer" os Estados Unidos "como ele está tentando enfraquecer a Europa" se o país começar a "comprar as noções de que é ok intimidar a imprensa ou prender dissidentes".

O site de vazamentos WikiLeaks tem revelado há anos como os Estados Unidos têm interferido nos assuntos internos de diversas nações por meio de ações ilegais da sua inteligência. Dezenas de líderes de estado, inclusive aliados como Angela Merkel, foram alvo de vigilância e escuta das agências de espionagem estadunidenses.

A National Security Agency (NSA) pilotou a espionagem contra governos e empresas estrangeiros ao redor do planeta, inclusive sobre a Petrobras e a presidenta Dilma Rousseff.