Prefeito de SP quer privatizar maior sistema de bibliotecas do país

O secretário municipal de Cultura de São Paulo, André Sturm, informou que 52 bibliotecas públicas da rede e o Centro Cultural São Paulo passarão para a administração de organizações sociais. Os trabalhadores da área marcaram um ato contra medida e alertam para os riscos de precarização e interferência na independência cultural dos equipamentos públicos.

Centro Cultural São Paulo - André Porto

A cidade de São Paulo tem uma rede composta por 107 bibliotecas públicas – entre temáticas, de bairro, centrais, ônibus biblioteca e bosque de leitura. Trata-se do maior sistema de bibliotecas públicas da América Latina, recebendo cerca de 4 milhões de consultas por ano. Todo esse sistema pode, em breve, deixar de ser público e de ser administrado pelo poder municipal.

O secretário municipal de Cultura da gestão João Doria, André Sturm, anunciou na semana passada que passará o controle de ao menos 52 bibliotecas, além do Centro Cultural São Paulo (CCSP), para as mãos de Organizações Sociais (OS).

“Para poder contratar artistas tem que fazer uma série de procedimentos. É muito complexo a Cultura ligada na administração direta”, disse o secretário em entrevista coletiva.

Bibliotecários e outros profissionais ligados à área reagiram e já marcaram uma mobilização contra a entrega das bibliotecas às empresas. Pelo Facebook, foi marcado o “Abraçaço no CCSP contra a privatização das bibliotecas”, para o próximo dia 25 de janeiro.

Ainda que as Organizações Sociais não possam visar o lucro em suas administrações, os profissionais alertam para o risco de precarização do sistema como um todo, além do risco de interferência na independência cultural dos equipamentos.

“Com a privatização, as Organizações Sociais seriam responsáveis pela gestão do sistema resultando em precarização das condições de trabalho, bem como dos serviços oferecidos e ameaçando a qualidade e a independência da proposta cultural”, afirmam no texto de descrição do evento na rede social.