Garra Metalúrgica disputa reeleição do sindicato de Betim, em Minas

Em meio à ofensiva perpetrada pelo governo ilegítimo de Michel Temer contra os direitos dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região irá eleger nos próximos dias 1º, 2 e 3 de fevereiro sua nova diretoria.

Por Mariana Viel

Andreia Diniz- Coordenadora Chapa 1

A coordenadora da Garra Metalúrgica – Chapa 1 e secretária licenciada da Fitmetal, Andreia Diniz, ressalta a categoria operária como um setor consciente na defesa dos direitos dos trabalhadores. “A categoria tem uma tradição histórica de lutas mais amplas e de resistência. O fortalecimento de entidades sindicais como a dos metalúrgicos significa a consolidação de instrumentos de conscientização da classe trabalhadora e de transformação da sociedade”.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Betim e Região é uma das mais expressivas entidades de classe da base da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no estado de Minas Gerais – ao lado do Sinpro-MG. Além de Betim, o sindicato representa cerca de 30 mil trabalhadores das cidades de Igarapé e São Joaquim de Bicas – todas na região metropolitana de Belo Horizonte.

Andreia explica que as principais agendas de luta do sindicalismo brasileiro em 2017 buscam conter o retrocesso e a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores apresentadas pelo governo federal através das propostas de reformas da Previdência e trabalhista. “A grande luta do sindicalismo na atualidade é conter o desmonte das relações de trabalho. Precisamos barrar a ofensiva golpista do governo Temer que, na prática, não tem eficácia no combate à recessão”.

O candidato à reeleição para a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos, João Alves, afirma que o grande desafio da categoria é o desemprego. Nos últimos dois anos foram fechados aproximadamente 15 mil postos de emprego em Betim e região. “O desemprego afasta os trabalhadores dos sindicatos e das mobilizações”. Ele também denuncia que muitas empresas impedem que seus funcionários participem da luta sindical – o que fere a liberdade de organização dos trabalhadores.

Contrariando a tentativa das empresas de enfraquecer o movimento sindical, a Garra Metalúrgica renovou 75% dos nomes que compõem a executiva da chapa. “Os tempos mudaram e o perfil dos trabalhadores mudou. Buscamos uma renovação com trabalhadores jovens com características de chão de fábrica”, explica João Alves.

O plano de propostas apresentado pela Garra Metalúrgica foi elaborado a partir das reivindicações da própria categoria e é dividido em 13 temáticas (pleno emprego; melhores salários; fortalecimento da organização sindical; ampliação e universalização dos direitos trabalhistas e previdenciários; universalização das políticas públicas; ampliação da democracia; mudanças na política macroeconômica; esporte e lazer; saúde; comunicação; formação; gênero e subsedes).

Ainda segundo a coordenadora da Chapa 1, a campanha dos metalúrgicos cresce dia a dia. A chapa recebeu o apoio da Força Sindical, da Nova Central e da UGT. Dirigentes dos sindicatos dos metalúrgicos do Rio de Janeiro, Caxias do Sul, São Paulo, Bahia e Aracaju também se somaram à campanha em Minas Gerais.