Na era Temer, reservas da Petrobras caem a pior nível desde 2001

A política de desmonte da Petrobras, que inclui desinvestimentos e vender barato ativos para petroleiras estrangeiras, derrubou o volume de reservas da companhia pelo segundo ano seguido. A queda em 2016 foi de 8% e colocou as reservas da petroleira nos níveis mais baixos desde 2001. De acordo com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), a Petrobras perfurou em 2016 apenas dez poços, o menor patamar desde 1954.

Pré-sal Petrobras

A companhia fechou o ano com volume de reservas provadas de 12,514 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), ante 13,279 bilhões de boe no fim de 2015. 

De acordo com matéria do jornal Valor Econômico, a Petrobras até tem incorporado mais barris às suas reservas, mas as novas descobertas não conseguem compensar as perdas causadas pelos desinvestimentos e pela produção. A partir de novas descobertas, em especial no campo de Búzios – no pré-sal da bacia de Santos – a estatal  adicionou 103 milhões de barris de boe  às suas reservas. O volume é mais que cinco vezes as descobertas de 2015.

Ocorre que a produção consumiu 925 milhões de boe, e a venda ativos, sobretudo na Argentina, agravaram a situação, uma vez que retiraram das reservas 153 milhões de boe.

Em entrevista ao Valor, o geólogo Pedro Zalán considerou que a queda nas reservas é preocupante.  "Claramente a falta de investimentos exploratórios está afetando seriamente o valor da Petrobras. Seu maior patromônio são as reservas de petróleo, e o reabastecimento delas devia ser algo contínuoe ininterrupto", opinou.

Petroleiros e engenheiros da petrobras também têm se posicionado contra a política de corte de investimentos e entrega do patrimônio levada adiante pela atual gestão da Petrobras. Na contramão do que dizem especialista, o presidente da companhia, Pedro Parente, mantém a estratégia do desmonte. 

Por isso, a tendência é de que as atividades continuem em baixa nos próximos anos. Isso porque o plano de negócios da petroleira prevê um corte de US$ 1 bilhão em relação ao montante que investiu em 2015, total já considerado baixo.