ELN cumpre acordo com governo da Colômbia e liberta último refém

A fase pública de negociação do acordo de paz entre o governo da Colômbia e o ELN (Exército de Libertação Nacional) está prevista para começar no dia 8 de fevereiro. A condição imposta pelo governo era de que a guerrilha libertasse seu último refém, o ex-deputado Odín Sánchez. O acordo foi cumprido na manhã desta quinta-feira (2). Sánchez passa bem, disse ter sido bem tratado e “não guardar rancor”.

Odin Sánchez - Divulgação

Um dos líderes da guerrilha, Alias Uriel, confirmou em entrevista à Rádio Caracol, da Colômbia, que o refém foi libertado na manhã desta quinta-feira (2) nas proximidades do Rio Baudó, no estado de Chocó. Odín Sánchez havia sido sequestrado em abril de 2016.

Por sua vez, o chefe da delegação de negociações do governo, Juan Camilo Restrepo, garantiu que uma comissão humanitária receberá Sánchez e o levará à família em segurança. A negociação para a libertação do refém começou na segunda-feira (30), quando o governo ativou os protocolos para facilitar a operação.

“À família [de Sánchez] e à todo o povo colombiano, dizemos que o ELN está emprenhado e vamos cumprir nossa palavra”, disse o dirigente da guerrilha, Alias Uriel.

Quem fez o resgate de Sánchez foi uma equipe da Cruz Vermelha. Depois de uma verificação médica, o ex-deputado será levado à família.

Nesta quarta-feira (1/2), Sánchez afirmou que os membros do ELN o trataram bem durante todo o período em que esteve detido e que não guarda rancor do movimento. “De modo geral, com todas as restrições que existem nesta região, o tratamento foi o que se deve dar a alguém”. Disse ainda que teve uma “boa alimentação” e reclamou apenas das longas caminhadas que precisava fazer por questões de segurança.

Sánchez também afirmou que vê com bons olhos o início dos diálogos de paz entre o governo e o ELN que começam no próximo dia 8 em Quito, no Equador. Assim como as negociações com as Farc, realizadas em Havana, esta etapa será realizada no Equador, país considerado “território neutro”.

Como parte do acordo, o governo vai libertar dois guerrilheiros, Nixon Arsenio Cobos e Leivis Enerique Valero, presos no estado de Santander acusados de “promover rebeliões”.