Paris tem quarta noite de protestos após violação de jovem

Manifestantes lançaram fogos de artifícios contra policiais e atearam fogo em carros e latas de lixo nesta quarta-feira (8), quarta noite de protestos nos subúrbios de Paris. O motivo é caso de um jovem negro que foi estuprado por policiais.

O presidente François Hollande visitou Theo

Os protestos tiveram início na noite do último domingo (5), após um jovem de 22 anos, identificado como Theo, ter sido estuprado com um cassetete, durante uma batida realizada por quatro policiais.

Os agentes foram suspensos de suas funções e aguardam investigação. Eles negam a acusação e alegam que realizavam uma batida no subúrbio parisiense de Aulnay-sous-Bois em busca de traficantes de drogas.

Em represália aos protestos, a polícia prendeu 26 pessoas na noite desta quarta-feira. Entre os presos estão três pessoas que teriam disparado fogos de artifícios contra a polícia. Segundo a procuradoria, não houve feridos.

O presidente François Hollande visitou Theo na terça-feira (7), no hospital onde ele está internado desde que foi violentado pelos policiais. ambos pediram calma à população.

Theo, descrito como um talentoso jogador de futebol sem antecedentes criminais, passou por uma cirurgia e está sendo tratado por ferimentos graves na área do ânus e do reto, assim como na cabeça e no rosto. Segundo ele, um dos policiais o violou com um cassetete.

Um vídeo da batida policial no subúrbio parisiense mostra um dos agentes aplicando um forte golpe horizontal com um cassetete nas nádegas do jovem, cujas calças "baixaram sozinhas", disse a fonte da polícia.

Apesar dos ferimentos e do depoimento da vítima, os investigadores concluíram que "não há elementos suficientes para indicar que se tratou de abuso". Um juiz ainda está analisando o caso.

O incidente reavivou controvérsias envolvendo a relação da polícia francesa com comunidades suburbanas de imigrantes. Em 2005, a morte de dois adolescentes que morreram eletrocutados quando estavam escondidos da polícia numa subestação elétrica desencadeou semanas de protestos no país.