ONU critica projeto que legaliza ocupação israelense na Cisjordânia

O secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, lamentou na terça-feira (7) o fato de Israel ter adotado um projeto-lei, em 6 de fevereiro, que legaliza a ocupação israelense em territórios palestinos.

Antonio Guterres

Guterres enfatizou que “o projeto-lei é uma violação da lei internacional e terá consequências legais para Israel”.

Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, acrescenta que “o projeto-lei atribui, alegadamente, imunidade à construção de povoamentos na região ocupada da Cisjordânia, construídos em propriedade privada palestina”.

“O secretário-geral insiste na necessidade de evitar quaisquer atos que coloquem em causa a solução atingida pelos dois Estados”, sendo esta última agraciada pela comunidade internacional, no sentido de assegurar a paz duradoura entre israelenses e palestinos, declarou a porta-voz, reiterando o apoio da ONU para a resolução da questão.

A ONU pertence ao “Quarteto do Oriente Médio”, que reúne também a Rússia, a União Europeia e os EUA, na busca de uma solução para os dois Estados, o que significaria a coexistência pacífica entre Israel e o Estado independente da Palestina.

O projeto-lei israelense legaliza a construção de 4,000 casas em regiões não autorizadas ao longo da Cisjordânia – muitas delas consistindo em pouco mais do que casas de baixa qualidade, levadas à pressa para os locais – erigidas em território privado, de propriedade de palestinos.

O governo israelense ofereceu compensações ou terras alternativas aos proprietários do território, independentemente destes concordarem em abdicar dos seus direitos sobre a região.