Luciana Santos e juventude avaliam contradições do cenário pós-golpe
A Deputada Federal e presidenta nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Luciana Santos, reuniu-se nesta terça-feira (21), em São Paulo, com jovens comunistas atuantes nas entidades dos movimentos sociais para analisar as contradições do cenário pós-golpe, que aprofunda a crise econômica e retira garantias constitucionais.
Publicado 22/02/2017 11:08
Participaram da reunião a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, a presidenta da Associação Nacional dos Pós Graduandos (ANPG), Tamara Naiz, diretores da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), membros do Centro de Estudos da Memória e Juventude (CMJ), o Secretário de Juventude do PCdoB André Tokarski e o presidente nacional da União da Juventude Socialista *(UJS), Renan Alencar.
Em sua fala, Luciana destacou o cenário político rompido após o golpe de Estado, elencando os desafios do Partido e do movimento de juventude em apresentar alternativas ao povo. "A tática agora é de defensiva e resistência, não de acúmulo. Temos o papel da vanguarda, por isso é necessário enxergarmos além e apresentarmos saídas políticas", diz.
Luciana considera que o cenário pós-golpe vem criando contradições no consórcio que apoiou o impeachment e o desmonte do Estado brasileiro, provocando um ambiente fragmentado, com diversos tipos de reações, "a crise do sistema carcerário, a falência dos estados, são reflexos da austeridade fiscal", elucida.
Acúmulo de forças da direita não é exclusividade brasileira
Quando explanou sobre o cenário internacional, a presidenta do PCdoB chamou atenção para um contexto de "endireitização" que povoa todo o mundo. "Nos Estados Unidos da América, França, América Latina, a tendencia tem sido buscar saídas no campo da direita e negando a política. A tática dos golpistas no Brasil é a estabilidade de Temer para a acelerar o projeto anti-nacional e anti-povo, não é a primeira vez que as elites interrompem um projeto popular", conclui Luciana.
Renan Alencar: Mobilizar os jovens e explorar as contradições do golpe
Renan Alencar, presidente da UJS, enfatiza que o consórcio golpista não tirou o país da crise e aflorou novas contradições."A juventude e o movimentos sociais precisam, a partir desse paradoxo, disputar o nível de consciência do nosso povo, denunciando as Reformas do governo Temer que irão inviabilizar a aposentadoria e precarizar as relações de trabalho, saindo às ruas e mobilizando o povo", declara.
O presidente da UJS diz que o Congresso da UNE, previsto para ocorrer no mês de junho, servirá como um espaço de mobilização. "Iremos precorrer as universidades, impulsionando esses jovens que fazem parte dos 12 milhões de desempregados brasileiros e sofrem com os cortes orçamentários nas universidades públicas, com as altas taxas de mensalidades nas universidades privadas, cortes no Fies. Centraremos força na luta contra a retirada de direitos e iremos propor alternativas para a juventude", conclui Renan.