Dieese mostra que bancos fecharam quase 50 mil vagas em cinco anos
Os bancos eliminaram 48.757 postos de trabalho nos últimos 5 anos, de fevereiro de 2012 até janeiro. É o que mostra estudo do Dieese, apresentado nesta quinta-feira (9) durante congresso extraordinário da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo. Entre as ocupações que perderam espaço, os escriturários são os mais afetados, com 15.654 postos de trabalho fechados, seguidos pelos caixas, com redução de 5.148 vagas.
Publicado 11/03/2017 01:41

Somente entre março de 2015 e janeiro último, a Caixa Econômica Federal fechou 4.907 postos de trabalho. Segundo a economista do Dieese Vivian Machado, a pesquisa também revela que as operações via internet banking e mobile banking já concentravam, em 2015, 54% das transações bancárias. Nesse período, as operações nas agências bancárias caíram para 8%. A economista também apresentou um quadro com as transações bancárias em 2016: no Itaú e no Bradesco, as operações por canais virtuais já são mais de 70%.
“A categoria bancária é muito impactada pelas novas tecnologias. O trabalho se transforma ao longo do tempo e neste momento há uma mudança muito radial em todo o mundo. Está surgindo o proletariado precário. Vai existir uma grande massa de trabalhadores que vai ficar com os piores salários e os priores trabalhos”, afirmou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten. “Além da tecnologia, estamos vivendo uma crise econômica e um ataque brutal de retirada de direitos e Previdência, que complica ainda mais a situação."
“O cliente paga o serviço para o banco e ainda tem que fazer tudo sozinho, pelo celular, pelo computador. Segundo o Banco Central, a Lei 12.865, de 2013, tinha o objetivo de regulamentar os meios de pagamentos eletrônicos no país, mas para os bancos significou mais lucro e uma redução expressiva de custos”, avaliou Vivian.
O estudo demonstra que a jornada média de trabalho da categoria bancária subiu 6,7% em cinco ocupações, entre 2003 e 2015, chegando a 37 horas semanais. Por outro lado, o tempo no emprego diminuiu de 108 para 90 meses, com redução de 16,4% no período, como efeito da maior rotatividade no setor.