Maceió reforça luta contra reforma que ataca aposentadorias

A manhã desta quarta (15) foi bastante movimentada no centro de Maceió, em Alagoas, com os protestos e passeata realizados contra a Reforma da Previdência. Os rodoviários pararam os ônibus que passavam pela Rua do Comércio e milhares de integrantes de movimentos e sindicatos realizaram uma passeata pelas ruas da região.

maceió

As manifestações ocorrem em todo país contra a PEC 287, enviada ao Congresso com a proposta de reformar a Previdência Social. Em Alagoas as manifestações ocorreram em Maceió, Arapiraca e Delmiro Gouveia, além de bloqueios de rodovias registrados em Junqueiro, Flexeiras, União dos Palmares, Maragogi, Novo Lino e Piranhas.

Na capital, a Polícia Militar estima que havia aproximadamente 5 mil manifestantes. Por outro lado, os organizadores computavam 10 mil.

Professores e profissionais da educação deflagraram greve em protesto contra a Reforma da Previdência. Segundo o Sinteal, as aulas estão suspensas em toda a rede estadual nesta quarta.

No Centro de Maceió, centenas de integrantes de integrantes da Educação, trabalhadores rurais ligados ao MST, servidores públicos do Judiciário, dos Correios, Bancários, do Sindicato dos Urbanitários, do Sindprev e estudantes se concentraram na Praça dos Martírios e de lá saíram em caminhada pelas ruas do Centro em direção a Praça Dom Pedro II.

O presidente do Sindsaude, Alessandro Fernandes, criticou as mudanças propostas pelo governo, afirmando que causariam graves prejuízos aos trabalhadores.

“Estamos aqui em um dia nacional de paralisação e na pauta está a Reforma da Previdência. Os trabalhadores estão se mobilizando em todo país contra a Reforma que preconiza que o trabalhador deverá cumprir 49 anos de serviço para se aposentar e isso vai acabar com todas as aposentadorias especiais que beneficiam a todas as categorias. Isso é um retrocesso e por conta disso estamos parando os serviços em todo o país, pedindo ao Congresso que não aprove essa proposta. O déficit da previdência é uma mentira e na verdade isso de passar para a população que se a Reforma não for aprovada a Previdência vai quebrar, é mentira”, disse.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Altanes Holanda, informou que cerca de 300 carteiros, o que representa 70% do efetivo em Alagoas, protestaram nesta quarta-feira.

"Somos uma classe que sempre luta por uma causa que é justa. A reforma vai terceirizar muitos empregos e vai mexer com todos os trabalhadores. É preciso que todos se unam contra isso e deem as mãos. Precisamos esclarecer à população de que é um absurdo que um trabalhador precise ter 49 anos trabalhados para se aposentar. Não vamos deixar isso acontecer sem lutar", afirma.

O diretor do Sindprev e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas, Cícero Lourenço, disse que a reforma da Previdência está sendo proposta por um governo ilegítimo e que visa, unicamente, destruir as expectativas do povo brasileiro.

"A manifestação de hoje tem dois objetivos. Mandar um recado para os políticos de Alagoas, que se votarem a favor da reforma da Previdência, vão ser denunciados às bases desta posição contrária aos trabalhadores. E, segundo, barrar a reforma da Previdência, que tem como objetivo destruir a aposentadoria e as políticas de seguridade social, quando acaba, por exemplo, com a aposentadoria especial, obriga a mulher a trabalhar 15 anos a mais e quando fixa a idade de aposentadoria integral em 49 anos trabalhadores", avalia.

Os rodoviários também participaram das manifestações e realizaram uma paralisação de duas horas, entre 10 horas e meio dia. Os veículos ficaram estacionados na Rua do Comércio e na Rua das Árvores, o que obrigou que os passageiros descessem e seguissem o restante do seu trajeto a pé.

Como parte dos protestos, o prédio-sede do Ministério da Fazenda em Maceió foi ocupado por vários manifestantes. Munidos de bandeiras e entoando cânticos de ‘previdência fica, Temer sai’, eles entraram e fecharam a porta gradeada do prédio. A ocupação foi pacífica, sem resistência alguma.