Guadalupe Carniel: A mãe dos pecados capitais

A soberba é um dos pecados capitais também no futebol. A semana da Libertadores não foi nada fácil para os times brasileiros, tirando o Flamengo (venceu por 3 a 1 o Universidad Católica em casa) e Atlético Mineiro (5 a 1 fora contra o Sport Boys).

Por Guadalupe Carniel*

Grêmio Deportes Iquique - Lucas Lebel /Grêmio FBPA

Times como Palmeiras, Atlético Paranaense, Botafogo e Grêmio jogavam pra conseguir a classificação antecipada pra próxima fase. Mas todos os clubes tiveram jogadores ou com atuações péssimas ou apagadas, muitos erraram na defesa, além de reclamações de erros de arbitragem.

O último quesito houve realmente. Mas não pode-se creditar apenas a isso a derrota desses clubes. Durante a semana ouvi torcedores de alguns desses times tratarem os adversários como se fossem "bater em bêbado", coisa que não aconteceu. Aliás, no caso do Botafogo, que perdeu para o Barcelona de Guaiaquil por 2 a 0, quem parecia o bêbado era o Botafogo, não lembrando aquela equipe que estava jogando tão bem até então.

O Palmeiras contava com tudo a favor segundo muita gente (leia-se torcedores e jornalistas), afinal teria pela frente uma equipe boliviana e com o resultado da noite anterior do Peñarol, que perdeu para o Tucumán.

Não vi nenhum time brasileiro com um desempenho brilhante, além de muitos erros bobos. O que parece é que os clubes daqui ainda têm aquela triste mania de acreditar na máxima "o Brasil é o país do futebol e pentacampeão". Ok, não questiono a segunda parte da frase, a primeira ainda acho, mas o ponto não é bem esse. O ponto é que acreditam que por serem brasileiros e terem esses títulos os demais times do continente vão venerá-los e o jogo será fácil. É um jogo de Libertadores! As pessoas deveriam tratar exatamente do mesmo jeito que tratam uma UEFA. Aliás, aqui existe uma mania de estereotipar o campeonato: a Libertadores é onde temos brigas e jogo feio mas raçudo, já o torneio europeu é o dos jogos impecáveis e civilizados.

Camisa pesa? Até que sim. Mas quando se entra em campo, são 11 contra 11. É ali que o Davi pode ganhar do Golias. A graça do futebol é justamente essa, de quebrar a lógica e por aqueles noventa minutos coisas épicas acontecerem.