Temer libera R$ 1,9 bilhão para tentar garantir votos para reformas

O governo Michel Temer tenta garantir a todo custo os votos para a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência na Câmara dos Deputados. A estratégia inicial foi afastar a votação da repercussão da greve geral realizada dia 28 de abril. Agora, Temer planeja acelerar a liberação de verbas para pagar emendas dos parlamentares que se comprometerem a votar a favor da proposta do governo.

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Nesta segunda-feira (8), Temer determinou que seus ministros privilegiem cerca de 330 parlamentares na distribuição dos recursos, usados para bancar obras e projetos nas bases eleitorais dos congressistas.

De acordo com matéria publicada pela Folha de S. Paulo, o governo estima que os projetos indicados por esses parlamentares ainda têm R$ 1,9 bilhão a receber até o fim do ano – média de quase R$ 6 milhões para cada um.

Temer e a cúpula do governo fazem uma força-tarefa para garantir a liberação de parte dessas verbas para reduzir a resistência dos deputados na votação.

Na lógica do governo Temer, tais verbas para a realização de projetos nos municípios onde os deputados têm suas bases eleitorais ajudarão na realização de projetos e, assim, compensaria a carga negativa que terão ao votar pela reforma. Seria a velha tese de que povo não tem memória.

Temer precisa de pelo menos 308 votos para aprovar a reforma da Previdência, que modifica vários artigos da Constituição e por isso precisa de um quórum qualificado de 60% dos votos para ser aprovada. Na semana passada, Temer demitiu vários funcionários indicados por integrantes da base aliada que votaram contra as reformas.