Centrais:Trabalhador é principal vítima da agenda de desmonte de Temer
Dirigentes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores afirmaram ao Portal Vermelho que os trabalhadores brasileiros foram as principais vítimas da agenda implementada por Michel Temer.
Publicado 12/05/2017 18:09

Um ano depois de ter assumido o governo, Temer comanda com as reformas trabalhista e previdenciária um profundo desmonte da proteção ao trabalho.
Em contraposição, as principais centrais brasileiras vem atuando de maneira unificada contra a retirada de direitos.
Após a greve geral do dia 28 de abril, as centrais com o apoio dos movimentos sociais organizam o Ocupe Brasília, que espera reunir no dia 24 de maio cem mil pessoas na capital federal protestando contra as reformas.
Reformas rejeitadas pela população
“Os trabalhadores tem sido os mais prejudicados pela agenda implementada. Os juros baixaram mas não refletiram na atividade produtiva. São 18 milhões de desempregados. A agenda do congresso é tão negativa que isso se reflete nas pesquisas de popularidade do homem”, afirmou João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.
Na opinião dele, a defesa dos direitos é o que une as centrais.“A nossa pauta é pela retomada do crescimento, geração de empregos e contra as reformas que retiram direitos”, completou. Segundo ele, as centrais voltaram a ocupar as ruas em torno de uma pauta nacional.
Mesmo com o esforço das centrais, a reforma trabalhista foi aprovada na Câmara e agora tramita no Senado. A reforma da Previdência foi aprovada na Comissão Especial e vai ao plenário da Câmara e a terceirização para toda a atividade produtiva virou lei.
Resistir ao golpe
Para Sérgio Nobre, secretário-geral da CUT, a tragédia foi pior do que se imaginava há um ano atrás. “Um governo de total desrespeito ao povo quer desmontar todo o sistema de proteção social que a gente construiu”, disse.
O dirigente classificou Temer de “governo entreguista”. “Destrói internamente e abre para os países estrangeiros e multinacionais explorarem a nossa riqueza como nunca aconteceu. Até terra. O saldo desse um ano é muito pior”, enfatizou.
Segundo ele, a adesão da sociedade à greve do dia 28 mostrou que a população brasileira entendeu que o golpe foi contra o povo. “E por isso respondeu bem no dia 28 e vai responder no dia 24, que será a maior mobilização que Brasília contra as reformas trabalhista e previdenciária”.
Sérgio afirmou que o governo não espera que a sociedade vá resistir ao golpe. “A classe trabalhadora já viveu democracia, diálogo e pleno emprego. Temos classe trabalhadora organizada e vamos resistir ao golpe”.
Tusunami
“Imagine da noite para o dia um efeito tsunami, decorrente de um governo que se instala e tenta acabar com tudo. Liquidar o país como se fosse um feirão de remarcações", avaliou o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, em entrevista ao Portal Vermelho, ao fazer balanço de 1 ano desde a instalação da gestão Michel Temer, após o impeachment sem crime de responsabilidade da presidenta Dilma Rousseff.
O presidente da CTB exemplificou a terceirização ilimitada que foi sancionada como lei por Temer e que é reforçada no Projeto de Lei da reforma trabalhista.
“A terceirização nos países de primeiro mundo não deu certo porque se concebeu uma tese de que a ia gerar mais emprego e isso não aconteceu, ou seja, vários países da europa que experimentaram o efeito contrário. A Europa está mergulhada em um drama. A crise do capitalismo castiga vários países como a Grécia, que tem 60% da mão de obra juvenil desempregada. Então a terceirização não é uma solução”, avaliou o dirigente.
Adilson enumerou as consequências da terceirização: "trabalho desprovido de direitos, regras e garantias, jornadas exaustivas, trabalho insalubre, adoecimento, o que se configura na chamada escravidão moderna,a escravidão contemporânea".
A expectativa dele é grande para o dia 24 de maio. "Esta será uma das maiores mobilizações do movimento sindical nos últimos anos, na justa luta contra o golpe e em defesa dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores brasileiros".
Por Railídia Carvalho