Para Parente, refinaria de Pasadena não tem mais sentido estratégico

 Após a inclusão da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), no plano de venda de ativos da Petrobras, o presidente da companhia, Pedro Parente, afirmou que a unidade não tinha mais “sentido estratégico”.

Refinaria de Pasadena

"Se a gente tem condições de fazer um resultado com esse ativo e ele não faz mais sentido do ponto de vista estratégico, faz sentido colocar no programa de desinvestimento”, afirmou. O chefe da estatal não comentou sobre as estimativas de ganho com a venda da refinaria, que é alvo de investigações da Operação Lava Jato.

A Petrobras comprou 50% das ações da refinaria em 2006, com o objetivo de ter uma porta de entrada no mercado de combustíveis norte-americano. No total, foram pagos US$ 1,2 bilhão pelo ativo. Quando comprou a unidade, um ano antes da entrada da Petrobras, a ex-sócia Astra Oil desembolsou US$ 42,5 milhões.

O plano de venda de ativos anunciado na semana passada também incluiu a Petrobras África, que foi criada em 2013 e na qual o controle é partilhado com o banco BTG. Na ocasião, a empresa também anunciou que teve lucro de R$ 4,45 bilhões no primeiro trimestre.

Para a Federação Única dos Petroleiros, a venda da refinaria no Texas faz parte da “liquidação” promovida por Pedro Parente na gestão da estatal.

“A FUP sempre foi crítica em relação à internacionalização. O problema é que agora, além de não fazer os investimentos internos, eles vendem o que tem lá fora”, afirma João Antonio de Moraes, diretor de Relações Internacionais e de Movimentos Sociais da entidade.

A federação também ressalta que, em seis meses, Parente “entregou parcelas preciosas de Carcará, Iara e Lapa” áreas do pré-sal adquiridas a “preço de banana” pela Total e pela Statoil. Além disso, a entidade ressalta que mais de 60% das sondas de perfuração que a companhia tinha em 2013 já foram paralisadas, “fazendo as reservas da empresas voltarem aos níveis de 15 anos atrás”.