PSB sai, mas ministro diz que fica e Temer perde dois assessores

A crise política já produz grandes rachaduras do governo de Michel Temer, a imprensa já dá como certa a sua queda. Temer, por suas vez, se agarra em todas as possibilidades para dar sobrevida ao seu governo e conter a debandada em seu ministério. O ministro das Minas e Energia, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), decidiu ficar no governo, contrariando a direção nacional da legenda.

Michel Temer - Foto: Joédson Alves/ EFE

Para o governo, a saída do PSB tem efeito virtual, pois ainda contam com os votos da legenda nas reformas que tramitam no Congresso.

"A saída do PSB pode tirar votos, mas uma ala sinaliza ficar com o governo. Ainda não deu para avaliar porque ainda é uma medida virtual, só vamos saber quando tivermos os votos dados no plenário", disse um assessor do presidente.Para o governo, a saída do PSB tem efeito virtual, pois ainda contam com os votos da legenda nas reformas que tramitam no Congresso.

"A saída do PSB pode tirar votos, mas uma ala sinaliza ficar com o governo. Ainda não deu para avaliar porque ainda é uma medida virtual, só vamos saber quando tivermos os votos dados no plenário", disse um assessor do presidente.como orienta meu partido, não contribui para a construção de saída da crise que enfrentamos. A melhor contribuição que posso dar ao país é o meu compromisso com a missão que me foi atribuída. Por isso, permaneço no ministério", justificou Fernando Filho por meio de nota.

No PSB o racha foi instaurado. O ministro já era alvo do Conselho de Ética do PSB pelo fato de, junto com outros 12 parlamentares da legenda, ter votado a favor da reforma trabalhista na Câmara, contrariando uma decisão da direção executiva.

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, já avisou que, caso o ministro não deixe o cargo, levaria o caso até "as últimas consequências", ou seja, a expulsão do correligionário dos quadros do partido.

No segundo escalão do governo, a debandada também começou. O ex-deputado do PMDB e empresário Sandro Mabel, aliado de longa data de Temer, avisou Temer que deixaria de atuar como assessor no Palácio do Planalto. "Acertei ontem (terça-feira) com o presidente saída do governo", disse.

Mabel explicou que atuava como uma espécie de auxiliar do governo Temer, sem receber salário. Segundo ele, a sua saída estrava prevista para dezembro do ano passado e justificou a sua saída como um respeito ao pedido feito pela família para deixar o governo.

Questionado se a citação dele na delação da Odebrecht motivou seu desligamento, Mabel disse que não. "Eu estava no Planalto para ajudar o presidente. Eu sei que quem está na chuva é para se molhar, mas essas coisas não tiveram ligação alguma com minha decisão", afirmou. "Estou voltando para casa", disse Mabel, que é do Estado do Goiás e não tem mais mandato parlamentar.

Outro assessor que foi obrigado a pedir para sair foi o ex-vice-governador do Distrito Federal (DF) Tadeu Filippelli, que foi exonerado do cargo que ocupava no Palácio do Planalto nesta terça-feira (23), depois de ter sido preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Panatenaico, que investiga um suposto esquema de corrupção que desviou dinheiro da obra de reconstrução do estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Além de Filippelli e Mabel, Temer já perdeu o amigo e assessor José Yunes – citado na delação de um dos ex-dirigentes da Odebrecht – e, mais recentemente, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil pago pela JBS.