MST condena violência na Marcha e reivindica Diretas Já

Nesta quarta-feira (24), movimentos populares de todo o Brasil ocuparam a capital federal com o objetivo de manifestar oposição às reformas trabalhista e previdenciária, pedir a saída do presidente Michel Temer diante das denúncias reveladas na delação premiada do executivo da JBS, Joesley Batista, e exigir a realização de eleições diretas.

Fora Temer

Apesar de ter sido um dia histórico, no qual os movimentos colocaram cerca de 200 mil pessoas nas ruas de Brasília, a ação violenta da Polícia Militar do Distrito Federal resultou em inúmeros feridos e alguns presos. Além disso, no fim do dia, o presidente ilegítimo editou um decreto que convoca as Forças Armadas para colaborar na segurança do DF até o dia 31 de maio, instaurando o Estado de Exceção na capital.

Por meio de uma nota, o MST repudia a violência contra a manifestação legítima dessa quarta-feira e reforça a necessidade da realização de eleições diretas, para que o povo decida sobre o futuro do país.

Leia a íntegra da nota a seguir:

Nota de repúdio do MST às ações violentas da polícia na ocupação de Brasília

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público repudiar a violenta ação da Polícia Militar do Distrito Federal, que na tarde dessa quarta (24), agiu de forma violenta e criminosa contra os manifestantes que se reuniram em Brasília para protestar contra o governo Temer.

A ação desmedida resultou em inúmeros feridos, entre eles o militante do MST de Goiás, Clementino Neto, que foi ferido por um tiro de bala de borracha no olho esquerdo e está internado em estado grave no Hospital de Base de Brasília, com grande risco de perder a visão deste olho.

Também denunciamos e repudiamos a ilegal convocação das Forças Armadas, feita para suposta proteção da lei e da ordem, mas que na prática instaurou Estado de Exceção em Brasília até o dia 31/05. Essa expressão máxima do autoritarismo é completamente absurda e injustificável, sendo imprescindível sua imediata revogação.

Tais atitudes configuram-se em evidente criminalização das lutas dos movimentos populares por parte dos governos de Temer e Rollemberg, que não mediram esforços armados para atingir o povo que foi as ruas lutar por seus direitos.

Por fim, o MST se solidariza com os militantes que também sofreram com esse violento ataque aos movimentos populares e reforça a necessidade de eleições diretas já!

Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
Brasília, 24 de maio de 2017