Guadalupe Carniel: Feito histórico uruguaio
O Uruguai sempre saiu na frente na América Latina. Foram os primeira sede de Copa do Mundo, primeiros campeões mundiais. Antes o futebol já era bem popular por essas bandas. Também começaram exportando jogadores, depois passaram por problemas, greves e ainda assim conseguiram se sagrar bicampeões. Depois passaram por altos e baixos como todos os latinos.
Publicado 02/06/2017 15:43
Enquanto por aqui o Bom Senso tá mais pra um sonho distante, no Uruguai os jogadores da seleção se mobilizaram para salvar o futebol sul-americano que tá mais do que desgastado e perdendo suas matrizes para times europeus. Os atletas vão doar cerca de US$630.000 dos direitos de imagem para os jogadores da Divisão B. Será criada uma associação para orientar em relação a direitos de imagens, organizar ligas de futebol no interior do país e categorias de base.
O capitão da seleção e dessa ação é Diego Godín quem comanda a ação desde o ano passado quando teve o problema entre a AUF (Assiciación de Futbol Uruguayo) e os jogadores, que falamos no ano passado (aqui) . Nessa briga, a AUF deve cerca de 4 milhões de dólares para clubes e prêmios para a seleção. A ideia é que no futuro, essa associação de jogadores passe a controlar os seus direitos tanto de imagem quanto trabalhistas, além de organizar o calendário. Ainda querem controlar os direitos televisivos e também dos amistosos já que os jogadores cedem sua imagem e devem pertencer a eles.
"O convênio é um fato histórico, sem precedentes no Uruguai, que profissionaliza e aproxima relações da AUF com os jogadores, como tinha que ter sido sempre", segundo Godín disse para uma rádio local.
A ideia é genial. Os jogadores terem controle sobre o que acontece é um feito histórico. Enquanto vivemos cada vez mais de forma burrocrática (sim é com dois erres mesmo), acabar com instituições que possam ficar com o dinheiro pelo meio do caminho e assumir o controle do futebol é o que mais queremos. É o sonho de todos que ainda prezam por aquele esporte que quase nem vemos por aí, o tal do futebol. Que ele seja controlado por pessoas que vivam ele, não que apenas faturem cifras com ele, vendo o amor de milhões a poucos para controlarem e transformarem cada dia mais em algo insosso e sem vida. O nosso problema é querermos soluções imediatas para tudo. Isso leva tempo. Se conseguirem será uma brecha incrível para que o futebol seja dividido de forma mais justa, não só a consumidores e dirigentes. Que esse feito uruguaio se espalhe pela América Latina e não fique apenas no sonho.