Reino Unido vai às urnas; terrorismo e Brexit são os temas principais

Os cerca de 40 mil colégios eleitorais, onde são esperados 46,9 milhões de britânicos para votar nas eleições gerais do Reino Unido, abriram suas portas nesta quinta-feira (8) às 7h (horário local, 3h de Brasília), em uma jornada que vai durar até as 22h (horário local, 18h de Brasília).

Theresa May

Em alguns dos colégios, que foram habilitados principalmente em centros comunitários ou escolas do país, entre outras instalações, foram estabelecidas maiores medidas de segurança, por causa do atentado terrorista ocorrido no último sábado (3) em Londres.

A questão é qual será o impacto nas urnas do ataque terrorista que deixou oito mortos e 48 feridos. Quando a primeira-ministra britânica, Theresa May, convocou as eleições gerais em abril, o Partido Conservador tinha cerca de 20 pontos percentuais de vantagem nas intenções de votos sobre o Partido Conservador.

Pesquisa feita pela empresa Opinium, divulgada na quarta-feira (7) pela BBC, mostra o partido do governo com o apoio de 43% dos eleitores, contra 36% da formação liderada por Jeremy Corbyn.

No entanto, outras pesquisas divulgadas nos últimos dias indicavam que a distância entre os dois grandes partidos caiu, deixando a disputa quase empatada.

Antecipando o pleito em três anos, Theresa May convocou, de surpresa, no último dia 18 de abril, as eleições gerais, quando as pesquisas indicavam ampla vantagem ao seu partido, mas que foi reduzida durante a campanha.

A primeira-ministra explicou que tinha decidido adiantar o calendário eleitoral para que o Reino Unido possa contar com uma liderança estável em relação às negociações sobre a saída do país da União Europeia (UE), o Brexit.

O que acabará por desempenhar um papel nesta quinta-feira, entre ingleses, galeses, escoceses e irlandeses do norte, quando eles forem votar em seus candidatos nos 650 distritos eleitorais, permanece em aberto. Pois entre os temas importantes nessa votação estarão não só a segurança interna, mas também a relação do Reino Unido com a Europa e a questão de como o país estará nos próximos anos. O caminho da Escócia em relação à independência também é motivo de debate, assim como o futuro do Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês), instituição considerada sagrada pelos britânicos.

Em seu último ato de campanha, em Islington, ao norte de Londres, Corbyn afirmou que a desigualdade “pode ser e será combatida” e que a austeridade pode ser superada. Podemos superar os cínicos e dar os serviços públicos os fundos de que precisam”, disse o líder trabalhista.

Ele afirmou que a escolha pela reeleição dos conservadores significa um governo que irá dar continuidade à austeridade e à isenção fiscal e aos benefícios aos mais ricos.

“Um governo trabalhista fará tudo de maneira bem diferente”, disse Corbyn, reiterando a promessa de campanha de que os 5% mais ricos do Reino Unido terão que pagar mais impostos.

Cerca de 46,9 milhões de cidadãos estão aptos a votar no Reino Unido, onde o voto é facultativo. Corbyn, especialmente, precisa do comparecimento dos mais jovens às urnas, já que tem a preferência de 66% dos eleitores entre 18 e 24 anos, contra 23% de May, e 47% entre aqueles com idade entre 25 e 33 anos, contra 33% da atual premiê, segundo pesquisa do instituto ICM divulgada essa noite pelo The Guardian.

No geral, o ICM indica que o Partido Trabalhista tem 34% contra 46% do Partido Conservador, além de 7% para os Liberais Democratas, 5% para o ultradireitista UKIP e 2% para o Partido Verde.

Contudo, outros levantamentos divulgados nos últimos dias mostram que a distância entre os dois grandes partidos é bastante pequena, próxima de um empate – como indica pesquisa divulgada no domingo pelo jornal Mail on Sunday, que deu 40% de intenções de voto para os conservadores e 39% para os trabalhistas.