Santander é alvo de protestos em diversos países

 Banco espanhol é responsável por crise financeira no Porto Rico e Espanha. Ele também é acusado por fechar postos de trabalho no Brasil e prática antissindical nos Estados Unidos.

Agência do Banco Santander em São Paulo

Bancários de diversos países fizeram manifestações, nesta segunda (12), contra as atuações do banco Santander no Brasil, Estados Unidos, Espanha e Porto Rico. Sete ex-diretores de alto escalão do banco são investigados na Espanha por suposta lavagem de dinheiro e serão ouvidos pela Justiça, nesta segunda.

Com sede na Espanha, o Santander é o maior banco da zona do euro. No Brasil, a empresa teve um lucro recorde de R$ 2,280 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Os bancários brasileiros programaram atos em duas sedes da instituição, ambas localizadas na zona sul de São Paulo. Eles protestam contra a extinção de empregos: foram 3.245 postos de trabalho eliminados em doze meses e 327 apenas nos primeiros três meses deste ano.

Em Barcelona, trabalhadores protestaram após a denúncia contra o Santander. Com cartazes, eles afirmaram que as fraudes da instituição impactam na vida dos espanhóis. Algumas agências foram fechadas.

Nos Estados Unidos, os trabalhadores denunciaram práticas antissindicais – o banco espanhol proíbe seus funcionários de se filiar a sindicatos. "A forma como o Santander age nos países onde atua envergonha os trabalhadores do banco. Não podemos tolerar que uma instituição financeira desse porte, que lucra tanto nesses países, perpetue modelos abusivos, antidemocráticos e economicamente devastadores", critica a presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa.

Em Porto Rico, os bancários protestaram contra o banco porque, segundo eles, "o Santander é um dos principais responsáveis pela crise que destrói a economia e agrava a pobreza" – a referência é à capitalização de juros da dívida pública, idealizada pelo ex-diretor do Santander, Carlos Garcia, do qual o banco espanhol é um dos principais beneficiários.