Publicado 14/06/2017 16:41
As aspas em "vitória" cabem em razão das condições em que elas se deram e repercutem na sociedade.
No TSE, o jogo duro comandado pelo presidente da Corte, Gilmar Mendes, resultou em Vitória numérica, mas exibiu as mazelas que envolvem o presidente da República ilegítimo e o custo de sua absolvição.
A decisão do PSDB, tomada ontem, é anunciada com vários senões. O apoio é contrapartida do compromisso peemedebista de evitar a cassação de Aécio Neves e uma perspectiva algo movediça de marchar com um candidato tucano à presidência da República no próximo pleito, em 2018.
Mais: dizem os próceres tucanos que é uma decisão "temporária", a ser "avaliada todos os dias" e depende da natureza de novas denúncias contra Temer.
Isto quer dizer: o PSDB apoia o governante que sabe está atolado na lama, mas mede a conveniência desse apoio conforme o grau de conhecimento público dessa situação.
Porém o que interessa mesmo ao partido da Avenida Paulista é a garantia de que Temer e seu grupo palaciano tudo farão para assegurar a maioria parlamentar necessária para a aprovação da agenda neoliberal regressiva, onde pontificam as reformas trabalhista e previdenciária.
De tal modo que Temer e seu governo continuam na UTI, respirando por aparelhos, mas ativo na execução do seu pacote de maldades.
E o principal mentor de tudo, o chamado Mercado (entenda-se a alta burguesia rentista nacional e forânea) assiste a tudo mantendo b controle e, através de seus arautos midiáticos, avisa que concorda, desde que as reformas sejam aprovadas.
Um jogo prejudicial à nação e ao povo brasileiro, ainda não claramente compreendido pela maioria da população sujeita à cobertura midiática dos fatos, parcial e distorcida.
Às oposições, que resistem no parlamento e se movem nas ruas pelas diretas já e contra as reformas antipopulares, cumpre assumir descortino largo, conviver com diferenças e buscar a unidade necessária para que, sustentando uma agenda alternativa, possam galvanizar crescente adesão da população insatisfeita.