Putin critica ataques à Rússia durante a campanha eleitoral dos EUA
O presidente Vladimir Putin criticou, nesta quarta-feira (14), a retórica contra a Rússia nas campanhas eleitorais dos Estados Unidos. Segundo ele, os políticos do país abusam deste tema.
Publicado 14/06/2017 14:56

Putin realizou tais declarações em um documentário seriado, realizado pelo diretor norte-americano Oliver Stone, sobre a vida do dirigente russo, mostrado no programa showtime, da rede CBS.
A respeito, indicou que de Washington nos chamam a ter paciência porque toda a retórica antirrussa só se realiza durante as campanhas eleitorais e depois se põem de acordo conosco, afirmou.
No entanto, o presidente estimou que sacrificar as relações bilaterais para satisfazer ambições dentro de um processo político interno constitui um grave erro.
Para o presidente, a estratégia de Washington é destruir a economia russa e mudar a direção do país, depois fazer da Rússia um aliado, para finalmente tirar-lhe seu arsenal nuclear.
Uma das razões pelas que Putin considera um erro a retórica contra seu país é a falta de previsão futura para as relações com a Rússia, apontou. Estabelecer relações de cooperação, em lugar de tentar converter em um vassalo do Ocidente.
Estados Unidos deveria promover vínculos positivos com a Rússia e deixar de gastar milhões de dólares em matéria de defesa, considerou.
Para o povo russo, só é possível viver com independência, esse deve ser o argumento, e não precisamente a possibilidade de nosso país de responder com a arma nuclear, o que deveria ter em conta realmente à Casa, comentou.
O governante responsabilizou os Estados Unidos pela criação da rede extremista Al Qaeda na década de 1980, quando a então União Soviética estava envolvida no conflito do Afeganistão.
Washington respaldou determinadas correntes do islamismo radical no Afeganistão contra o exército soviético e, com isso, criou a al Qaeda e o próprio Osama Ben Laden, indicou Putin.
Temos a impressão de que nossos aliados estadunidenses falam de um apoio à Rússia na luta contra o terrorismo, mas na realidade utilizam esses elementos extremistas para efetuar ações com o fim de desestabilizar nosso país,destacou.
A respeito, denunciou que a Casa Branca financiou e armou os extremistas na Chechênia, enquanto as forças federais lutavam contra esses elementos no princípio deste século.
"Nós tivemos informação direta sobre isso, a partir de declarações oferecidas pelos próprios líderes", recordou o chefe de Estado.
Mas pouco depois recebemos uma carta da Agência Central de Inteligência, na qual defendiam seu direito de apoiar a oposição, ainda que ficasse claro que esses grupos eram terroristas, denunciou.