Após receber Joesley no Jaburu, Temer decide processá-lo por calúnia

Na tentativa de demonstrar uma contraofensiva, antes de viajar para a Rússia, Michel Temer deixou preparada ação contra os delatores da JBS em que processa Joesley Batista em duas frentes: numa queixa-crime, por calúnia, injúria e difamação, e em outra, por danos morais com direito a pedido de indenização.

Temer - Reprodução

Apesar de ter recebido Joesley na calada da noite nos porões do Palácio do Jaburu – sem que este encontro fosse lançado na agenda oficial -, Temer disse em nota divulgada no sábado (17), que o empresário é “bandido notório de maior sucesso na história brasileira”.

Nesta segunda protocolou na Justiça queixa-crime por calúnia, injúria e difamação contra Joesley Batista. A ação será analisada pelo juiz da 12ª Vara Federal de Justiça do Distrito Federal. Caso o magistrado considere procedente o pedido, será aberta ação penal contra o empresário.

O processo veio após entrevista concedida à revista Época, em que Joesley diz que Temer chefia "a maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil". Na reportagem, o empresário também afirma que o presidente não fazia "cerimônia" ao pedir dinheiro para o PMDB.

O estopim da crise foi a delação de Joesley que entregou gravação em que Temer endossa a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PSDB-RJ) e pagamentos a Lúcio Funaro, enquanto ambos estão presos em Curitiba. Na conversa, Temer também ouviu de Joesley relatos sobre obstrução de Justiça com envolvimento de procurador e juiz.

Antes de viajar para a Rússia, Temer também divulgou vídeo nas redes sociais no qual afirma que "criminosos não sairão impunes".