Apesar do discurso da austeridade, dívida pública só faz crescer

Os cortes sociais e o ajuste fiscal seletivo do governo Michel Temer não serviram ao propósito alegado pelos aliados do golpe. A situação das contas públicas só fez piorar, é o que provam os números. A Dívida Pública Federal – que inclui o endividamento interno e externo do Brasil –, por exemplo, aumentou em maio. O estoque da dívida subiu 0,26%, passando de R$ 3,244 trilhões, em abril, para R$ 3,253 trilhões, em maio. 

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Desde o impeachment, o deficit fiscal também só aumentou. A previsão orçamentária é de que ele chegue a R$130 bilhões este ano, uma meta que a gestão está tendo dificuldades de alcançar. E vale resslatar que a taxa real de juros brasileira continua sendo a mais alta do mundo, o que finda porencarecer a dívida do país. 

De acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que é a parte da dívida pública que pode ser paga em reais, teve seu estoque ampliado em 0,22%, ao passar de R$ 3,123 trilhões para R$ 3,130 trilhões, devido aos gastos com juros, no valor de R$ 25,67 bilhões, compensados pelo resgate líquido, no valor de R$ 18,74 bilhões.

Com relação ao estoque da Dívida Pública Federal Externa, captada do mercado internacional, houve aumento de 1,31% sobre o saldo apurado em abril, encerrando maio em R$ 122,87 bilhões (US$ 37,88 bilhões). "A variação ocorreu principalmente devido à desvalorização do real frente às principais moedas que compõem o estoque da dívida externa", diz relatório do Tesouro.

A variação do endividamento do Tesouro pode ocorrer por meio da oferta de títulos públicos em leilões pela internet (Tesouro Direto) ou pela emissão direta. A variação pode ocorrer também pela assinatura de contratos de empréstimo. Neste caso, o Tesouro toma empréstimo de uma instituição ou de um banco de fomento, destinado a financiar o desenvolvimento de uma determinada região. Já a redução do endividamento se dá, por exemplo, pelo resgate de títulos.

De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), a dívida pública poderá fechar este ano entre R$ 3,45 trilhões e R$ 3,65 trilhões.