MST se soma às paralisações e greves do dia 30 contra reformas
Depois do sucesso da Greve Geral do dia 28 de abril, quando o Brasil parou contra as reformas trabalhista e previdenciária do governo ilegítimo de Michel Temer, diversas categorias de trabalhadores devem cruzar os braços novamente na próxima sexta-feira (30).
Publicado 28/06/2017 12:10
A convocatória da greve partiu das centrais sindicais e de movimentos populares que se agrupam nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e já conta com a adesão de diversas categorias.
Kelly Mafort, da Direção Nacional do MST, explica porque o movimento se soma a esta convocação. “Essas reformas têm a ver com a conjuntura que vivemos no país, de aceleração da perdas de direitos tão agressiva, tão avassaladora, que nos leva a uma condição de profundo retrocessos quase ao tempo da escravidão, como é o caso da reforma trabalhista em relação ao campo”, afirmou, ao fazer referência a uma das medidas incluídas na PL 6442/2016, que tramita no Congresso, e que prevê alimentação e habitação como formas de remuneração ao trabalhador rural.
“Por outro lado – completa – há enormes retrocessos em relação à garantia dos direitos fundamentais, como a organização popular, por meio da criminalização da luta. Estamos acompanhando agora mudanças na chamada lei antiterrorismo, justamente no ponto que protegia os movimentos populares”, chamando a atenção para o estado de exceção que se instaura no país.
Segundo a dirigente Sem Terra, apesar do governo Temer estar moribundo, ele lutará até o fim pois o objetivo é o desmonte do estado e a aprovação das reformas que retiram direitos da classe trabalhadora. “O governo Temer morreu, só que ele vai lutar até o fim porque ele está a serviço de uma tarefa muito clara do capital, que é a aprovação das reformas. Por isso, estamos com força total para a Greve Geral do dia 30, nos colocando a serviço da construção dessa luta, fazendo trabalho de base, formação, envolvendo o maio número de pessoas, para que nós possamos reverter essa situação”.
Mafort alerta ainda que embora as mobilizações tenham sido multitudinárias, sendo realizadas em quase todos os estados do país, o governo Temer segue de costas para o povo e vai seguir trabalhando para a aprovação das reformas impopulares.
“A única possibilidade de reverter essa situação é com a mobilização popular. As manifestações que já fizemos foram importantes, mas nós temos que fazer essa mobilização crescer ainda mais. A unidade da esquerda, a articulação dos movimentos, das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, tudo isso é muito importante. Mas ainda é preciso envolver mais gente, toda a sociedade, porque nós estamos diante de um dos maiores retrocessos na história dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Por isso é preciso levantar a cabeça e enfrentar essa situação”, afirmou.