Centrais contra reformas: Mobilização nas ruas e no Congresso

Dirigentes das centrais sindicais participaram nesta sexta-feira (30) de atos contra as reformas da Previdência e Trabalhista e frente à sede do Ministério do Trabalho em São Paulo. Na opinião dos representantes das entidades, o combate às reformas deve se dar na mobilização nas ruas e no Congresso Nacional. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38 sobre a reforma trabalhista está na iminência de ser votado no plenário do Senado.

Centrais protestam contra reformas no centro de sp 30 de junho

Na opinião do secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, um dos pontos mais importantes é manter a mobilização dos trabalhadores nas ruas, porque “sem isso não vamos conquistar nada”.

Em entrevista à Rede Brasil Atual, os dirigentes avaliaram que além da luta contra as reformas, os sindicatos tem enfrentado a estratégia da asfixia econômica através das multas aplicadas após a greve geral do dia 28 de abril. A campanha feita pelos grandes veículos de comunicação favoráveis às reformas também é um fator adverso.

O secretário de Políticas Sociais da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Rogério Nunes, ressaltou que não se pode esquecer quem são os maiores beneficiários das reformas. “Temos de dar um recado não só para os governantes, mas também para os empresários. Não aceitaremos que tirem direitos do povo”.

Na opinião do secretário-geral da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) “o governo está acabando com o país de várias formas”. “A primeira é pelo roubo que esse governo Temer vem praticando, tanto que já está até denunciado (por corrupção passiva, pela Procuradoria-Geral da República). E agora quer tirar direitos dos trabalhadores, fazer o povo pagar a conta do que eles fazem”, afirmou.

Presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, admitiu que o movimento sindical não conseguiu ainda conscientizar os trabalhadores sobre os prejuízos que trará a reforma trabalhista.

Ele citou o fim da homologação, a terceirização, o trabalho intermitente, o trabalho em locais insalubres para mulheres grávidas e negociação individual dos direitos. “Isso tudo é gravíssimo. Mas, com certeza, não descartamos continuar com as nossas mobilizações, dialogar com os trabalhadores e parar o Brasil para impedir esse retrocesso”, avaliou Patah.

Na mesma linha, o presidente da Federação Nacional dos Comerciários, Luiz Carlos Motta, defendeu que todos continuem fiscalizando como vota cada deputado federal e cada senador para “dar o troco” nas próximas eleições.

“Muitos parlamentares nem conhecem o conteúdo das propostas das reformas trabalhista e previdenciária e acabam votando a favor nas comissões”, afirmou. Para ele, que também dirige a organização paulista da UGT, a população pode responder aos ataques a direitos também nas urnas.