Chile vota em primárias para decidir candidatos à eleição presidencial

As eleições primárias para determinar quem serão os candidatos à Presidência do Chile no pleito programado para 19 de novembro acontecem neste domingo (2). Cerca de 13,5 milhões de chilenos estão aptos a votar, mas autoridades acreditam que a histórica final da Copa das Confederações entre Chile e Alemanha, que acontece hoje, deve provocar um alto índice de abstenção, já que o voto não é obrigatório.

Eleições primárias no Chile - Divulgação

Estas são as primeiras primárias reguladas por lei no país para decidir os representantes de cada força política nas próximas eleições presidenciais. Pela coalizão de esquerda Frente Ampla, disputam a jornalista Beatriz Sánchez e o sociólogo Alberto Mayol. Já pela coalizão de direita Chile Vamos disputam o ex-presidente Sebastián Piñera (2010-2014), o senador Manuel José Ossandón e o deputado Felipe Kast.

A coalizão governista Nova Maioria não terá primárias, já que o centrista Democracia Cristã (DC), parte da formação que levou Michelle Bachelet e seu Partido Socialista ao poder, decidiu apresentar sua própria candidata: Carolina Goic, senadora e presidente da DC. Os partidos de esquerda da coalizão devem apoiar a candidatura do senador independente Alejandro Guillier, próximo ao Partido Radical.

Esta também é a primeira vez na história do país que os chilenos residentes no exterior podem exercer seu direito ao voto. Pouco mais de 21 mil chilenos espalhados pelo mundo estão aptos a votar neste domingo. De fato, o primeiro voto neste pleito foi depositado na Nova Zelândia. Posteriormente, foram abertas as mesas de votação na Austrália e em Tóquio.

A alta abstenção é dada como certa nestas primárias devido à partida entre Chile e Alemanha para decidir o campeão da Copa das Confederações, torneio que antecede a Copa do Mundo e que pode vir a ser um dos principais títulos da seleção chilena. Disputado em São Petersburgo, na Rússia, o jogo acontece no começo da tarde no horário chileno e – junto às temperaturas abaixo de 10 °C pelo país – deve desencorajar muitos potenciais eleitores a ir às urnas.

Segundo os cálculos de vários setores políticos chilenos, o comparecimento de um milhão entre os 13,5 milhões de eleitores já seria um êxito, embora os líderes da direitista Chile Vamos tenham reduzido a previsão para 600 mil votos.

Cerca de 40 mil homens das Forças Armadas estarão nas ruas do país para garantir a segurança nos 1.865 locais de votação, a maioria deles montados em escolas.

A segurança, em todo caso, será relaxada por causa da coincidência peculiar. Se o Chile vencer a Copa das Confederações, as pessoas estarão autorizadas a comemorar nas ruas, afirmou o general e chefe do Exército na região de Santiago, Oscar Mezzano.

Até este sábado (1/7), vários pedidos de adiamento das eleições foram registrados no Serviço Eleitoral (Servel), todos eles negados pelo presidente do órgão, Patricio Santamaría, que alegou que a data está prevista na chamada Lei de Primárias.

Segundo as autoridades, não haverá problemas caso os mesários levem televisores pequenos para as seções eleitorais para assistir à partida histórica enquanto trabalham no pleito.