A dobradinha do futebol com a guerrilha zapatista do México

 A 1º de Janeiro 1994 o estado mexicano de Chiapas revolta-se contra o Governo Mexicano. Os motivos que levaram a que o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) a insurgisse-se estavam relacionados com a entrada em vigor do NAFTA – um tratado de Livre Comércio assinado entre o México, EUA e Canadá.

Zanetti e zapatistas

Esse tratado impunha uma neoliberalização privatização de setores chaves da economia mexicana, sendo nas palavras do Subcomandante Marcos (Líder Guerrilheiro Zapatista) uma “sentença de morte sobre os pobres mexicanos e os povos indígenas”. O lema da EZLN era “para todos todo, para nosostros nada”.

Os conflitos armados entre Zapatistas o governo mexicano baixaram de tom em 1995, mas nas Chiapas mais de 400,000 pessoas vivem sob o principio da auto-gestão e cooperação até os nossos dias.

Mas que ligação existe entre a EZLN e o futebol? Para além da sua paixão gigante pelo jogo – chegaram inclusivamente a criar a sua seleção e disputar jogos em territórios nos quais tem apoiantes pelo México – em 2005 chegou à sede do Inter de Milão, na Itália, uma carta assinada pelo Subcomandante Marcos. Nessa carta, o líder zapatista pedia ao clube milanês se este podia-lhe enviar bolas de futebol e algum material desportivo, pois o pouco que tinha havia sido destruído num confronto militar com o exército mexicano.

A Inter não só enviou o material pedido como, por pressão do capitão Javier Zanetti e de Esteban Cambiasso, todo o dinheiro que os jogadores haviam pago por multas fosse enviado para os Zapatistas com o intuito de serem construídos um hospital e uma escola.

Zanetti chegou a enviar a sua mítica camisa número 4 e escreveu uma carta ao Subcomandante Marcos na qual dizia: “Como vocês acredito num mundo melhor, um mundo não-globalizado, enriquecido pelas nossas diferenças culturais e pelos costumes de todos os povos. É por isso que nós vos queremos apoiar nesta luta, pelas vossas raízes e pelos vossos ideais”.