Centrais aumentam mobilização contra reforma de governo desmoralizado

A votação da reforma trabalhista ou Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/2017 marcada para a terça-feira (11) no Senado levou os movimentos sociais e sindicais a aumentarem a agenda de mobilizações em torno do Congresso Nacional. Os atos que acontecem neste final de semana e no início da próxima também pressionam a Câmara dos Deputados para que autorize o Supremo Tribunal Federal (STF) a julgar a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer.

Cartaz na Câmara Quem vota não volta - Agencia Câmara

Segundo o secretário de trabalhadores do serviço público da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro, o JP, a mobilização contra a reforma trabalhista continuará neste final de semana nas feiras livres, rodoviárias e estádios de futebol.

“Este final de semana vai ser longo. É preciso convencer os senadores a não darem crédito a este governo falido e assolado por denúncias que conduz a reforma trabalhista que acaba com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)”, declarou JP ao Portal Vermelho.

As blitzes em aeroportos também prosseguem. “A orientação é que a nossa militância recepcione os senadores quando saem do seu estado e também na chegada a Brasília. Na segunda-feira (10) à tarde, lideranças da CTB estarão em Brasília mantendo o diálogo com os senadores dos respectivos estados”, informou o dirigente.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) prepara uma marcha que acontecerá na próxima terça-feira (10), a partir das 10h. A concentração será no Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios. A orientação é de que a militância acesse o site Na Pressão em que está compartilhado o acesso aos e-mails, telefones e redes sociais dos senadores.

Em nota divulgada no site da entidade nesta sexta-feira (7), o presidente da CUT em Brasília, Rodrigo Britto, enfatizou que a central “estampará nas ruas e nas redes sociais a cara” dos senadores que votarem a favor da reforma trabalhista.

JP afirmou que está otimista. “Primeiro temos que lutar e acreditamos sempre na vitória. Estamos otimistas que os senadores estarão ao lado do trabalho sem dar crédito a um governo mentiroso.”

Matéria publicada nesta sexta no Estadão mostra que o placar favorável à reforma trabalhista está apertado. Para aprovar o PLC no Senado são necessários 41 votos, no entanto, de acordo com o jornal paulista, Temer constatou antes de viajar para a reunião do G20 que teria 42 votos. O voto dissidente seria do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que é favorável à mudança na lei porém deve acompanhar orientação do partido de votar contra.