Mais de 80.000 pessoas migraram à Itália desde o início de 2017

A Itália está exaltada com a falta de solidariedade europeia. Era esperado tudo, mas não um novo surto de tensões migratórias.

Por: Gabriel Gresillon 

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Enquanto ministros europeus se reuniram na quinta-feira (5) em Tallinn, na Estônia, em um conselho informal, a angústia de enfrentar uma nova crise humanitária, midiática e política está aparecendo de novo para os europeus.

Desta vez não são mais as imigrações na costa grega que cristalizam as preocupações – eles entraram em colapso desde a assinatura de um acordo com a Turquia. No entanto, cerca de 85.000 pessoas desembarcaram na costa italiana desde o início do ano, principalmente a partir da Líbia. Uma situação diferente da que prevalecia na costa grega, por pelo menos duas razões. Primeiro, a Líbia é um país em crise, tornando difícil qualquer cooperação substancial com Trípoli. Por outro lado, a maioria dos migrantes chega às costas italianas não fugindo da guerra, mas de condições difíceis de vida – o que os torna inelegíveis para o estatuto de refugiado


Aumentando as tensões políticas


A crise já está causando um aumento das tensões políticas. O governo italiano convocou o embaixador austríaco que ameaçou enviar o exército para controlar a fronteira e impedir a passagem de migrantes. Na Itália, o Partido Democrático, que está no poder, não tem maioria de parlamentares para governar sozinho, enquanto o responsável pelo movimento "5 estrelas" critica a Europa dizendo que ela está "definitivamente morta." e considera que a UE mostrou "sua verdadeira face: se necessário, cada um por si."

A Comissão tentou propor na terça-feira um "plano de ação" cujo objetivo principal era limitar o número de imigrantes na Europa. A UE possui um mecanismo para fazer os migrantes africanos recuperados em águas da Tunísia ou da Líbia retornarem. Se o que a imprensa italiana diz é verdade, o ministro italiano Macro Minniti pode conter medidas explosivas. Por exemplo conter a proibição de navios de ONGs de se aproximarem da costa Líbia, se comunicarem de alguma forma com os contrabandistas ou obrigar os navios a ter a bordo um policial.