Em guerra para se salvar, Temer tenta evitar gravações, diz site

Usado para proteger conversas entre aliados na Segunda Guerra Mundial, aparelho teria sido instalado no Planalto para barrar gravação de conversas.

Temer e Blairo Maggi - Foto: Beto Barata / PR

Em lugar de rechaçar conversas nada republicanas no Planalto, Michel Temer prefere garantir que elas não venham a público, como ocorreu em seu diálogo comprometedor com o empresário Joesley Batista.

De acordo com o blog de Gerson Camarotti, do portal G1, o palácio instalou no gabinete de Temer um aparelho conhecido como "misturador de voz", capaz de embaralhar o conteúdo de uma conversa gravada por celular ou outro tipo de aparelho, entre eles gravadores "mequetrefes" como o utilizado pelo dono da JBS para implicar o atual presidente. O misturador também teria sido instalado nos gabinetes dos ministros do peemedebista.

Conhecido como "scrambler", o aparelho inverte sinais e substitui o áudio de uma conversa por um chiado que impossibilita entender o que foi dito.

Ainda de acordo com o site, a decisão foi tomada justamente por causa da gravação de Joesley e Temer. O blog relata que um parlamentar com aparelho auditivo entrou no gabinete presidencial e reclamou de um ruído sonoro, ocasionado pela interferência do misturador.

A instalação do aparelho indica que Temer encara sua tentativa de permanecer no governo como uma guerra pessoal. Os primeiros misturadores de voz foram inventados pouco antes da Segunda Guerra Mundial. Um modelo do dispositivo era utilizado em conversas telefônicas entre Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, e Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, durante o conflito. À época, o misturador não era infalível: os alemães conseguiram interceptar ligações e decodificá-las.