Planalto cogita adiar votação por falta de quórum para barrar denúncia
Para tentar garantir o quórum na votação do dia 2 de agosto e barrar a denúncia por corrução passiva na Câmara dos Deputados, Temer faz das tripas coração. Depois de manobrar com a troca de parlamentares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e liberação de verbas de emendas para comprar o voto, os ministros licenciados do mandato de deputado federal retornarão à Câmara para votar.
Publicado 28/07/2017 12:23
Apesar do governo dizer que tem "absoluta certeza" de que vai barrar a denúncia da Procuradoria-Geral da República, a dificuldade de garantir o quórum é grande. Temer já trabalha com a possibilidade uma nova data para a sessão na segunda semana de agosto.
Para barrar a denúncia o Planalto precisa de 342 votos. Em jantar realizado no Palácio do Jaburu, nesta quinta-feira (27), Temer discutiu o assunto com o presidente da Câmara, Rodrigo aia (DEM-RJ).
Por enquanto, ainda trabalham com o plano A que é garantir o quórum. Os ministros licenciados do mandato vão devem assumir seus cargos para tentar engrossar a conta do governo no plenário. No total, são 12 ministros entre os quais Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo). Bruno Araújo (Cidades), ambos do PSDB, legenda que foi o principal fiador do golpe, mas está rachado quanto ao apoio a Temer.
Já o plano B, mudança de data, será feita caso os votos não sejam suficientes para barrar a denúncia na Câmara.
Nova denúncia
Mas enquanto o governo tenta barrar o prosseguimento da denúncia na Câmara, a possibilidade de nova denúncia do procurador Rodrigo Janot – que sai em setembro por conta do fim de seu mandato – contra Temer aumenta.
Na base do governo, há quem acredite que seja melhor esperar para votar votar tudo de uma só vez, o que reforça a tese de adiamento. Mas a impopularidade do governo é o ingrediente que prejudica essa tese.
A oposição refirma que estará na votação, mas vai estudar o melhor momento para registrar a presença. “A estratégia nossa é estar em Brasília, no Salão Verde, nas lideranças dos partidos que não vão compor o quórum, aguardando a composição por quórum por aqueles que cantam a vitória. Nós não estamos preocupados em 2018, nós estamos preocupados com o agora, e agora a impopularidade do presidente demonstra que ele não tem condições de permanecer. Nós queremos fazer com que ele saia”, afirma o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).