China: Bicicleta compartilhada se tornará popular no mundo
A China, que possui as quatro invenções da antiguidade – fabricação de papel, impressão, pólvora e bússola, demonstrou de novo sua capacidade de mudar o mundo com suas "quatro novas invenções": ferrovias de alta velocidade, pagamento móvel, bicicletas compartilhadas e compras online.
Publicado 10/08/2017 16:30
As quatro formas inovadoras de vida são mais atraentes para os jovens dos 20 países ao longo do Cinturão e Rota, informou uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa do Cinturão e Rota da Universidade dos Estudos Estrangeiros de Beijing.
Ouyang Huiyu, aluno na Universidade Tsinghua, em Beijing, escaneou o código QR em uma bicicleta. Dentro de segundos ela foi destrancada e ele pode pedalar no campus.
A Tsinghua cobre uma vasta área de 356 acres, o que torna o ciclismo parte crucial da vida diária.
"As bicicletas são a maneira mais fácil de andar", disse Ouyang, acrescentando que a maior parte dos seus colegas na Tsinghua também usam as bicicletas compartilhadas.
As duas rodas de cor laranja e amarela apareceram pela primeira vez nas ruas chinesas em 2015, quando as duas empresas de compartilhamento de bicicletas Mobike e Ofo foram estabelecidas.
O compartilhamento de bicicleta começou na China com um programa das prefeituras municipais, mas as bicicletas tinham de ser travadas em estações próprias, e o sistema ponto-a-ponto nunca realmente prevaleceu.
Embora o sistema de transporte público da China esteja melhor do que nunca, viajar na hora do rush sempre foi difícil.
Os serviços de compartilhamento de bicicletas aliviaram este ônus e oferecem benefícios adicionais de tornar os primeiros ou últimos quilômetros da viagem urbana uma experiência mais agradável, além de fazer bem à saúde dos usuários.
De acordo com a Associação de Bicicletas de Shanghai, mais de 50 empresas de compartilhamento de bicicletas estão operando um total de 15 milhões de bicicletas compartilhadas nas ruas das cidades chinesas. Entre elas, a Mobike e a Ofo respondem por mais de 90% do mercado.
Dados do Centro de Pesquisa de Comércio Eletrônico da China mostraram que o número de usuários do serviço atingiu 18,86 milhões no ano passado, em comparação com os 2,45 milhões de 2015. O número deve superar 50 milhões no fim deste ano.
As bicicletas em si não são algo novo, mas o modelo de operação do compartilhamento de bicicletas é baseado no sistema de navegação Beidou, pagamento móvel, big data e outras altas tecnologias.
Os empresários chineses surpreenderam o mundo com o modelo comercial de compartilhamento de bicicletas que abrange essas tecnologias e estão entrando nos mercados exteriores.
A Mobike, uma das principais empresas de bicicletas compartilhadas da China, lançou em julho seu serviço na Itália, a quinto mercado no exterior da empresa após Cingapura, Grã-Bretanha e Japão.
A Ofo, que começou no campus da Universidade de Pequim, que opera cerca de 6,5 milhões de bicicletas compartilhadas em todo o mundo, já entrou nos mercados de Cingapura, Estados Unidos, Grã-Bretanha, Cazaquistão, Tailândia e Malásia.
"Nós esperamos que nossas bicicletas estejam em todas as cidades do planeta dentro de 10 anos," disse Dai Wei, fundador e CEO da Ofo.
Dai disse que a Ofo vai fornecer serviços em cerca de 20 países e regiões até o final de 2017, a maioria nos países do Cinturão e Rota.
Estatísticas mostraram que a empresa ofereceu mais de 2 bilhões de passeios aos usuários em mais de 150 cidades.
O compartilhamento — seja de bicicletas, automóveis, propriedades ou qualquer outro tipo de bem– se tornou popular nas cidades chinesas, com os moradores vendo suas vidas se tornarem mais fáceis e econômicas.
O governo chinês incentiva esse tipo de compartilhamento, que permite que as pessoas aluguem bicicletas e carros por um curto prazo, ajudando a aliviar o congestionamento e a pressão por estacionamentos.
Os investidores da China e do exterior injetaram US$ 600 milhões e US$ 700 milhões respectivamente nas duas principais empresas neste ano. O valor de mercado da Mobike alcançou US$ 3 bilhões.
No ano passado, o volume de comércio da economia de compartilhamento duplicou em relação ao ano anterior para cerca de 3,5 trilhões de yuans (US$ 516 bilhões), segundo um relatório publicado pelo Centro de Informação do Estado em março.
A economia compartilhada crescerá a uma taxa média anual de 40% nos próximos anos, e até 2020 representará mais de 10% do PIB nacional, segundo o documento.