Publicado 10/08/2017 17:21

Representação foi feita pelo senador José Medeiros (PSD) por suposta quebra de decoro parlamentar durante a discussão na reunião do Conselho de Ética, que arquivou a denúncia contra senadoras de oposição que ocuparam a presidência do Senado durante a votação da reforma trabalhista em protesto contra a retirada de direitos e para pedir aos parlamentares a inclusão de emenda que impedisse o trabalho de gestantes e lactantes em locais insalubres.
Na ocasião, Lindbergh usou como argumento o caso de Aécio Neves, que teve representação arquivada pelo Conselho. "Arquivaram o caso do Aécio, que tinha mala de dinheiro. Agora vão punir senadoras por sentar na mesa do Senado".
"Denúncia é um absurdo"
Por meio de seu Facebook, o senador Lindbergh Farias disse que recebe a notícia com "indignação", mas não se surpreende. "A disposição de apresentar a denúncia já havia sido cantada em prosa e verso por alguns membros da casa", relatou.
Para ele, "a denúncia é um absurdo". "Querem me prejudicar por ter manifestado minha revolta com a tentativa de punir 6 companheiras da bancada de oposição. Senadoras que honram seus mandatos e o exercem em defesa do povo, cuja "afronta ao decoro" foi simplesmente lutarem contra a reforma trabalhista que afeta diretamente mulheres trabalhadoras do Brasil", reforçou.
E acrescenta: "Não me surpreende que o autor de ambas as denúncias seja o mesmo senador. Mas me escandaliza que o Conselho de Ética do Senado, que arquivou a denúncia contra Aécio Neves, se mobilize para punir a defesa intransigente de princípios, ao mesmo tempo em que faz vista grossa para denúncias gravíssimas de enriquecimento ilícito, ameaças de morte e malas de dinheiro".
Ele reafirmou ainda que a "denúncia" não vai mudar a sua conduta, "pautada pela defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores". "Seguiremos na luta contra mais este escândalo", finalizou.