Conselho aceita denúncia contra Lindbergh por defender senadoras

O senador João Alberto Souza (PMDB), presidente do Conselho de Ética do Senado, aceitou nesta quinta-feira (10), denúncia contra o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ).

Lindbergh diz que golpe é para “varrer” direitos dos trabalhadores - Agência Senado

Representação foi feita pelo senador José Medeiros (PSD) por suposta quebra de decoro parlamentar durante a discussão na reunião do Conselho de Ética, que arquivou a denúncia contra senadoras de oposição que ocuparam a presidência do Senado durante a votação da reforma trabalhista em protesto contra a retirada de direitos e para pedir aos parlamentares a inclusão de emenda que impedisse o trabalho de gestantes e lactantes em locais insalubres.

Na ocasião, Lindbergh usou como argumento o caso de Aécio Neves, que teve representação arquivada pelo Conselho. "Arquivaram o caso do Aécio, que tinha mala de dinheiro. Agora vão punir senadoras por sentar na mesa do Senado".

"Denúncia é um absurdo"

Por meio de seu Facebook, o senador Lindbergh Farias disse que recebe a notícia com "indignação", mas não se surpreende. "A disposição de apresentar a denúncia já havia sido cantada em prosa e verso por alguns membros da casa", relatou.

Para ele, "a denúncia é um absurdo". "Querem me prejudicar por ter manifestado minha revolta com a tentativa de punir 6 companheiras da bancada de oposição. Senadoras que honram seus mandatos e o exercem em defesa do povo, cuja "afronta ao decoro" foi simplesmente lutarem contra a reforma trabalhista que afeta diretamente mulheres trabalhadoras do Brasil", reforçou.

E acrescenta: "Não me surpreende que o autor de ambas as denúncias seja o mesmo senador. Mas me escandaliza que o Conselho de Ética do Senado, que arquivou a denúncia contra Aécio Neves, se mobilize para punir a defesa intransigente de princípios, ao mesmo tempo em que faz vista grossa para denúncias gravíssimas de enriquecimento ilícito, ameaças de morte e malas de dinheiro".

Ele reafirmou ainda que a "denúncia" não vai mudar a sua conduta, "pautada pela defesa da democracia e dos direitos dos trabalhadores". "Seguiremos na luta contra mais este escândalo", finalizou.