Macron é reprovado por 62% dos franceses

Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (16) aponta que 62% dos franceses estão insatisfeitos com o governo do presidente Emmanuel Macron, que acaba de completar os primeiros cem dias no cargo, enquanto 37% se dizem contentes com a atual gestão.

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De acordo com um levantamento do instituto Harris Interactive, realizado com 994 pessoas entre os dias 8 e 10 de agosto, 29% dos entrevistados se mostraram totalmente insatisfeitos com Macron e 33%, "bem insatisfeitos". Apenas 7% se disseram muito contentes com o início da gestão e 30%, "bem satisfeitos".

Segundo a pesquisa, 89% dos simpatizantes do “A República em Marcha”, partido de Macron, ainda aprovam o desempenho do presidente francês. Por outro lado, 57% dos seguidores socialistas estão insatisfeitos, assim como 75% da grande formação da direita Os Republicanos, 87% da esquerda radical da França Insubmissa e do Partido Comunista Francês, e 94% do ultradireitista Frente Nacional.

A maioria dos entrevistados concorda com o caráter prioritário das principais reformas que o presidente quer desenvolver, com especial interesse nas do sistema educativo, da moralização da política e da unificação do sistema de pensões. Todas elas são necessárias para mais de 70% dos franceses. A reforma trabalhista, a mais complicada do ponto de vista social, é vista como fundamental para 56% dos entrevistados.

“Letargia do verão”

Perguntado sobre a impopularidade de Macron em uma pesquisa similar publicada pelo jornal Le Figaro às vésperas dos cem dias de mandato que se completaram nesta terça (15) – que dava só 36% de aprovação –, o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, contextualizou a situação atual para justificar o fato.

Em entrevista publicada nesta quarta-feira pelo mesmo jornal, Collomb aponta que, diferentemente do que ocorreu no começo dos mandatos dos presidentes anteriores, agora houve uma sessão extraordinária do Parlamento durante a qual se trabalhou "muito".

"Quando você está na ação desde o princípio, está exposto às críticas mais do que se deixar os franceses na letargia do verão", afirmou.