Barco robótico é pioneiro na análise e monitoramento de águas

O governador realizou o percurso de barco pelas águas do rio Cocó e destacou o avanço da ciência e da tecnologia para o Estado do Ceará. “Vamos ter um equipamento que possibilita fazer o monitoramento da qualidade das águas do Ceará, tanto do mar quanto rios, açudes e lagoas. Esse equipamento vai ser muito importante para fazer os estudos e traçar os parâmetros, para que a gente possa planejar as ações", disse o chefe do Executivo, que participou da solenidade ao lado do secretário da Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Inácio Arruda, do diretor ITIC, professor Carlos Arthur, do cientista Aristide Pavani, de representantes de institutos tecnológicos e outros gestores estaduais.

O titular da Secitece e presidente do Conselho do ITIC, Inácio Arruda, ressaltou o caráter pioneiro do Ceará na construção de barcos robóticos, visando à elaboração de sistemas e instrumentos autônomos para coleta de dados e monitoramento ambiental, sem precisar ter uma tripulação. "É um grau de tecnologia avançado, o que permite o barco realizar o examine da qualidade da água e enviar, imediatamente, as informações para a Semace, ou a outra empresa que necessite desses dados”, explica Inácio. “É toda uma capacidade instalada, de grande utilidade para melhorar o serviço de monitoramento de águas, tanto costeira, como de rios e lagoas”, complementou.

Utilidade

Elaborado pelo Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação (ITIC) – vinculada à Secitece – e pelo Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer – Campus Nordeste (CTI-NE), o projeto da construção do Barco Robótico Iracema também contou com a colaboração de diversas instituições de pesquisa, como a Universidade Federal do Ceará, Universidade de Fortaleza e Universidade Federal Vale do São Francisco, além do Instituto Atlântico.

Ele pode ser utilizado para determinação da topografia do leito em águas costeiras (mares) e interiores (rios, lagoas etc), além de realizar batimetria, mensuração da profundidade das massas de água (oceanos, mares, lagos etc.). O equipamento possui capacidade para execução de sensoriamento científico, coleta de amostras e monitoramento de reservas ambientais. O Iracema é a primeira embarcação destinada à operação em regiões costeiras, compreendendo uma arquitetura integrada de software para coordenação e controle.

O investimento foi da ordem R$ 1,5 milhão oriundo de parcerias da Secitece com Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), a ARMTEC Tecnologia em Robótica, com a elaboração e concepção do projeto, e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), com financiamento de bolsas de pesquisa.

Pioneirismo

O diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da ARMTEC, Roberto Macedo, observou que o Iracema é a primeira embarcação robótica para fazer medições de informações ambientais, e isso significa um novo passo para operações de monitoramento sem precisar ter uma tripulação. "O barco foi escolhido para ser catamarã (embarcação com dois cascos e propulsão a motor) pela versatilidade nas águas e estabilidade da embarcação. Tem um sistema de propulsão próprio, tem um sistema de ancoramento próprio, tudo integrado e automático. Nós temos uma embarcação que está a favor do crescimento sustentável de uma nação. Ela consegue verificar nos locais que teriam riscos para o ser humano e, através de um laboratório móvel, dar o alerta imediato para se tomar uma ação", descreveu.