Netanyahu diz que assentamentos na Cisjordânia irão permanecer

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em um discurso, na segunda-feira, que os assentamentos de Israel na Cisjordânia ocupada permanecerão “para sempre”, apontamento que muitos críticos disseram caracterizar como uma declaração explícita de um compromisso longo com a manutenção da expansão dos assentamentos que foram tidos como ilegais pela lei internacional.

Por Jake Johnson

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“Não haverá mais desenraizamento de assentamentos no território de Israel”, disse Netanyahu. “Vamos aprofundar nossas raízes, construir, fortalecer.”

"Israel finalmente admite que nunca removerá assentamentos ilegais da Cisjordânia ocupada”, escreveu o repórter da AlterNet, Ben Norton, em resposta aos apontamentos de Netanyahu, que foram feitos durante um evento “em comemoração dos 50 anos da ocupação da Cisjordânia por Israel”.

Outros argumentaram que, dado as ações de Netanyahu, qualquer esperança de que uma solução com os dois estados seja viável está equivocada.

“A ‘solução com os dois estados’ é uma farsa óbvia que não tem nenhum propósito a não ser permitir que os liberais justifiquem seu apoio a Israel”, concluiu Glenn Greenwald do The Intercept, falando sobre o discurso do primeiro-ministro.

Os apontamentos de Netanyahu chegam junto com a notícia da destruição de, ao menos, três escolas infantis palestinas na Cisjordânia ocupada.

“Justo quando estavam voltando para as aulas, as crianças palestinas estão descobrindo que suas escolas estão sendo destruídas”, disse Hanibal Abiy Worku, diretor do Conselho de Refugiados Noruegueses (NRC), uma organização humanitária independente. “Qual ameaça essas escolas representam às autoridades israelenses? O que estão planejando alcançar negando direitos fundamentais à milhares de crianças?”

Sami Mruwwah, diretor palestino de educação, prometeu reconstruir as escolas e “resistir contra a ocupação”.

“O que aconteceu contra a escola e seus estudantes viola os direitos humanos e a infância em particular”, concluiu Mruwwah. “É inadmissível que o mundo permaneça em silêncio em face a esses crimes contra a educação na Palestina.”