Interrogatório de Lula mostra que não buscam a verdade, diz Zanin
Após o depoimento de Lula a Sergio Moro nesta quarta (13), a defesa do ex-presidente Lula disse, durante uma coletiva de imprensa em Curitiba, que o interrogatório do juiz e dos procuradores de Curitiba mostrou que eles não buscam a verdade dos fatos, mas uma "versão" que se encaixe melhor numa eventual sentença condenatória.
Publicado 13/09/2017 19:32
“O juiz e o Ministério Público não fizeram nenhuma pergunta a respeito dos contratos, o que demonstra que eles não estavam em busca da verdade dos fatos, mas de uma versão”, afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins.
Para ele, o depoimento de Lula fez "ruir" a acusação. E “não há qualquer materialidade” na denúncia de que o ex-presidente teria sido beneficiado indevidamente pela Odebrecht com a compra de um imóvel nunca usado pelo Instituto Lula, entre outras vantagens alegadas pelo Ministério Público Federal. "Não existe essa base da acusação", disse o defensor.
Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Zanin Martins avaliaram que a denúncia é “vazia”. “O Ministério Público não produziu qualquer prova de culpa e nós produzimos provas da inocência”, disse. “Não há um documento do processo, nenhuma prova da origem dos recursos da Petrobras, para embasar a denúncia”, ressaltou Cristiano Zanin.
Ele observou que a situação repete o caso triplex, no qual Lula foi condenado mesmo com Moro admitindo que o apartamento no Guarujá não teve qualquer relação com a Petrobras.
O advogado também classificou as acusações feitas por Antonio Palocci, ex-ministro de Lula, contra o ex-presidente, como mentirosas. Palocci foi interrogado por Moro nesta mesma ação penal, no dia 6 de setembro, e mudou a versão que ele mesmo havia apresentado para os fatos anteriormente.
Valeska Teixeira Zanin Martins reiterou na coletiva que Lula não está tendo um julgamento justo, já que a defesa não teve acesso a todo os documentos do processo.
Por considerar que houve cerceamento de defesa, os advogados orientaram o presidente a não responder perguntas repetidas, fora do objeto da ação ou que não tiveram autenticidade reconhecida.
“Foram apresentados documentos que não têm origem e foram questionados. São papéis apócrifos, com indícios de adulteração nesses documentos. Não temos nenhuma documentação de que esses documentos são idôneos”, afirmou a defesa.
Confira abaixo a íntegra da coletiva: