Senado investigará massacre de índios isolados no Amazonas

O Plenário do Senado aprovou, nesta quarta-feira (13), a realização de uma diligência nos municípios amazonenses de Tabatinga e São Paulo de Olivença para averiguar a denúncia de massacre de indígenas na região do Vale do Javari. Além disso, os senadores vão verificar a suspensão das atividades das bases de proteção a índios isolados na Amazônia da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Isolados - Divulgação

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), autora do pedido, disse que o agravamento dos problemas na região pode estar relacionado aos cortes orçamentários sofridos pela Funai.
“Isso resultou na suspenção das atividades de cinco bases de proteção a índios isolados na Amazônia, deixando esses povos sem defesa contra garimpeiros, fazendeiros e madeireiros”, protestou a senadora.

O Ministério Público Federal no Amazonas, em conjunto com a Polícia Federal (PF), instaurou no dia 29 de agosto uma investigação sobre suposto massacre de indígenas isolados na Terra Indígena Vale do Javari, ocorrido no mês passado.

A suspeita é que um grupo de garimpeiros ilegais tenha executado pelo menos dez pessoas, incluindo mulheres e crianças. A área sob investigação fica nas imediações dos rios Jandiatuba e Jutaí, próxima à fronteira com o Peru.

Os senadores querem ouvir na região os representantes da Funai no Alto Solimões; da Polícia Federal de Tabatinga; o procurador da República no Amazonas, Alexandre Aparize; procurador da República em Tabatinga, Pablo Beltrand; representação do Exército em Tabatinga; representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab); o presidente da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Paulo Marubo; o líder Warikama Djapar, habitante da TI do Vale do Javari, Adelson Kora Kanamari; e o cacique geral de São Paulo de Olivença, Francisco Tikuna.