Rússia e China fazem discursos contra possível ataque à Coreia Popular

Qualquer tentativa dos EUA de iniciar uma guerra na Coreia Popular, perto das fronteiras russas, será vista por Moscou como uma ação abertamente hostil contra ela "com todas as consequências derivadas", declarou o senador russo, Franz Klintsevich. Na China, Xi Jinping diz que comunidade internacional deve cooperar em segurança global

russia e china

"Vale advertir aos EUA: qualquer tentativa de iniciar uma guerra nas proximidades das fronteiras da Rússia ameaça sua segurança, por isso será considerada por nós como ação abertamente hostil contra nosso país, com todas as consequências derivadas", declarou o vice-presidente do Comitê da Defesa e Segurança do Conselho da Federação da Rússia, Franz Klintsevich.

Em 26 de setembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, comunicou que seu país está "totalmente preparado" para tomar medidas militares contra a Coreia Popular, caso a situação entre Washington e Pyongyang se deteriore ainda mais. Ao mesmo tempo, ele admitiu que "não é a melhor opção", pois seria devastadora.

Mais cedo, o Departamento de Estado os EUA impôs sanções contra oito bancos norte-coreanos e 26 executivos, como parte da campanha de pressão econômica contra o programa nuclear do país asiático.

Anteriormente, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, Trump chegou a falar em destruir totalmente a Coreia Popular caso o governo do "homem-foguete" (Kim Jong-un) obrigasse os EUA a ter que se defender ou defender seus aliados.

China na Assembleia Geral da Interpol 



Enquanto isso, a China espera trabalhar de perto com os países e as organizações internacionais em segurança mundial e construir em conjunto uma segurança universal para os seres humanos, disse na terça-feira o presidente Xi Jinping.

Xi fez as declarações em Beijing ao fazer um discurso durante a cerimônia de abertura da 86ª Assembleia Geral da Interpol.

Ele elogiou o papel importante da Interpol na aplicação da lei mundial, na cooperação de segurança e combate aos crimes.

Desde que se tornou um Estado-membro da Interpol em 1984, a China compromete-se a desenvolver as cooperações com ela e outros membros e contribui para manter a segurança e a estabilidade do mundo, segundo o presidente chinês.

Para intensificar a aplicação da lei e a cooperação da segurança mundial, Xi propôs reforma e inovação reforçadas, aderindo ao Estado de direito e os benefícios mútuos.

"Os países devem adotar um conceito de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável e respondem de forma conjunta aos desafios de segurança."

Xi pediu promover a governança de segurança mundial de um modo mais justo, razoável e efetivo.

"Os países e organizações intergovernamentais devem assumir as principais responsabilidades de administração de segurança, enquanto as organizações não governamentais, multinacionais e sociedade civil são encorajadas a trabalhar conjuntamente para isto", assinalou Xi.

Ele pediu que os países sigam a Carta da ONU e os regulamentos da Interpol, seriamente cumpram as convenções contra crimes transnacionais e corrupção e melhorem regulamentos internacionais relevantes.

"Os países, ao manter sua própria segurança, devem levar em conta a segurança de outros", disse Xi. Ele pediu que os principais países ofereçam mais apoio aos países e regiões subdesenvolvidos em segurança e desenvolvimento.

"Oferecer às pessoas um ambiente de vida são e salvo é nossa meta importante", assinalou Xi, acrescentando que a China fez progressos notáveis em combate contra crimes de diversos tipos e em construção de um sistema de prevenção e controle de crimes.

O país asiático também foi contra o discurso de Trump na ONU, onde ele ameaçou "destruir completamente" a Coreia Popular, posição que todos os lideres mundiais refutaram. Pouco depois da declaração do presidente norte-americano, o chefe da diplomacia da Rússia, Sergei Lavrov, pediu apoio para a proposta conjunta apresentada pelo país e pela China em julho, na qual estabelece que a Coreia Popular suspenda seus testes se Estados Unidos e Coreia do Sul façam o mesmo com as manobras militares na região, em uma tentativa para criar condições para o diálogo.