Em memória de Thomas Sankara, líder anti-imperialista africano

Em 15 de outubro de 1987, em Uagadugu, uma experiência revolucionária exaltante chegava ao fim sob o crepitar das kalachnikovs. O presidente de Burkina Faso, Thomas Sankara, era assassinado, com doze de seus companheiros.

Por Rosa Moussaoui

Thomas Sankara

Ele se recusava a ver a África estagnar na condição de “mundo atrasado de um Ocidente saciado”. Este compromisso lhe custou a vida. Em 15 de outubro de 1987, por ocasião do golpe de Estado perpetrado por seu “irmão” Blaise Comparoé, o presidente de Burkina Fasso, Thomas Sankara foi assassinado por um comando de militares do regimento da segurança presidencial.

No atestado de óbito oficial desse homem de 37 anos, que algumas semanas antes temia “uma morte violenta”, pode-se ler esta inverossímil menção”: “morte natural”. Sob a rajada dos kalachnikovs, um nome, outro mais, era acrescentado à longa lista dos revolucionários da África eliminados com a cumplicidade das capitais ocidentais: Patrice Lumumba no Congo, Amílcar Cabral, o combatente da independência da Guiné Bissau e de Cabo Verde, Ruben Um Nyobé, Félix Moumié e Ernest Ouandié de Camarões, Mehdi Ben Marka, o oposicionista marroquino, e tantos outros. Thomas Sankara tinha clareza sobre todas essas possibilidades aniquiladas. “Uma vez que aceitemos, trata-se de uma questão de tempo. Isto ocorrerá mais cedo ou mais tarde”, previa.

“Os revolucionários como indivíduos são assassinados, mas não se pode matar as ideias”
Thomas Sankara

O “Che africano” sonhava ser médico

O assassinato desse dirigente carismático mexeu com todo o continente, destruindo a esperança de emancipação à qual ele deu corpo em Burkina Fasso, o Alto Volta, por ele rebatizado como “País dos homens íntegros”. Filho de um combatente da Segunda Guerra Mundial convertido ao catolicismo, Thomas Isidore Sankara foi destinado por seus parentes ao seminário. Ele sonhava ser médico. Finalmente, por uma confluência de circunstâncias, ele se junta ao Comando Militar de Kadiogo, em Uagadougu.

Diplomado, integra uma formação de oficiais na Academia Militar de Antsirabe, em Madagascar. A Grande Ilha encontra-se então em plena efervescência revolucionária, uma experiência determinante para o jovem Sankara. De retorno ao país, ele se dedica a organizar a jovem geração de oficiais formados no exterior sob os grilhões de um exército sempre enquadrado pelos antigos colonialistas. Oficiais como Henri Zongo, Boukary Kaboré, Jean-Baptiste Lingani paticipam desse ativismo clandestino no seio do exército. Durante um curso de formação militar no Marrocos, em 1976, Thomas Sankara faz amizade com Blaise Compaoré. Juntos, formam o Agrupamento de oficiais que desempenhará um papel de primeiro plano no desencadeamento da revolução democrática e popular, em 1983. Sankara assume o controle do Centro Nacional de Treinamento de Comando em Pô, a 150 quilômetros da capital.

No mesmo ano de 1983, ele se torna presidente do Alto Volta

Desde a independência (em 1960, Nota do Tradutor), o Alto Volta jamais conhecera verdadeiramente a estabilidade política. Civis ou militares, os regimes se sucederam, todos mais ou menos autoritários. Em 7 de novembro de 1982, um novo golpe de Estado leva ao poder Jean-Baptiste Ouédraogo, um médico militar. Dois meses mais tarde, aproveitando uma correlação de forças favorável ao campo progressista no seio do exército e devido à sua crescente popularidade, Thomas Sankara torna-se primeiro-ministro. Sua eloquência, seu ardor revolucionário, a visita que faz a Muamar Kadafi não agradam o Palácio do Eliseu (sede da Presidência da República da França. Nota do Tradutor).

Guy Penne, o “senhor África” de François Mitterrand, é despachado a Uagadugu. O primeiro- ministro é imediatamente demitido e preso. Começa uma insurreição popular que abre caminho aos militares. Em 4 de agosto de 1983, os comandos de Pô, tomados por Blaise Compaoré, conquistam Uagadugo, com o apoio de civis. Thomas Sankara torna-se presidente do Alto Volta. Imediatamente ele conclama a população a criar os Comitês de Defesa da Revolução (CDR). É o começo de uma experiência revolucionária tão efêmera quanto exaltante, alimentada por um profundo desejo de independência. Sankara é um apaixonado pela paz e a justiça social, feminista convicto, ecologista antes do tempo e anti-imperialista. Em apenas quatro anos, fato inédito, ele conseguiu levar um país do Sahel à autossuficiência alimentar. Muito ligado ao mundo rural, ele não hesitou em lutar frontalmente contra os feudais.

Seus objetivos? “Recusar o estado de sobrevivência mínima, aliviar as pressões, libertar nossos campos de um imobilismo medieval ou de uma regressão, democratizar nossa sociedade, abrir os espíritos para um universo de responsabilidade coletiva para ousar inventar o futuro. Quebrar e reconstruir a administração através de uma outra imagem do funcionário público, mergulhar nosso exército no povo pelo trabalho produtivo e lembrar incessantemente que, sem formação patriótica, um militar não passa de um criminoso em potencial”. Inimigo da dívida odiosa que mantém as ex-colônias em situação de sujeição às ex-metrópoles, Sankara quer curar seu país da dependência das “ajudas” externas. “A dívida não pode ser paga, primeiramente porque, se não pagarmos, nossos fornecedores de fundos não morrerão, estejamos seguros disto. Ao contrário, se pagarmos, somos nós que vamos morrer. Estejamos igualmente seguros disto!” – dizia na tribuna da Organização de Unidade Africana (OUA), em Addis-Abeba, em 29 de julho de 1987, conclamando a “produzir na África, transformar na África e consumir na África”. Em Burkina Fasso, novos circuitos de distribuição foram criados para favorecer as produções locais e os funcionários foram instados a se vestir de Fasso dan fani, a vestimenta tradicional fabricada nas tecelagens locais. Desde 1983, foram instituídos tribunais populares revolucionários para julgar os responsáveis políticos acusados de desfalque de fundos públicos e de corrupção. As penas consistiam na maioria das vezes no reembolso dos valores desviados e os funcionários ficavam sujeitos à suspensão ou à demissão.

Nos setores da educação, meio ambiente, agricultura, reforma do Estado, cultura, libertação das mulheres, da responsabilização da juventude, sucediam-se os programas a ritmo desenfreado, suscitando às vezes dissensões com os sindicatos e mesmo no campo revolucionário.

No cenário internacional, Sankara logo se afirmou como uma grande voz do continente africano e mesmo além, uma voz dos povos oprimidos ou mantidos sob tutela. Ele era franco, convicto, inflexível. No outono de 1986, quando François Mitterrand o visita em Uagadugu, ele não hesita, numa cena memorável, em criticar diante das câmeras sua complacência com o regime do apartheid na África do Sul. O velho socialista francês se esquiva saudando “a agudeza de uma bela juventude”. A implicação das redes franco-africanas na eliminação de Thomas Sankara é indubitável. Na época, reinavam nos círculos dominantes personagens sombrios como Jacques Foccart, lembrado por Jacques Chirac após seu retorno ao Matignon. O eixo dessas manobras franco-africanas? A Costa do Marfim, sobre a qual ainda reina o velho Félix Houphouët-Boigny…

Hoje, trinta anos após o assassinato de Thomas Sankara, no momento em que as potências imperialistas intensificam a ofensiva política, econômica e militar sobre o continente para perpetuar sua pilhagem, o legado do dirigente burquinense é ainda mais precioso do que nunca. “Ele deixa como herança uma imensa esperança para a África. A de completar a descolonização para permitir que os povos conquistem direitos, progresso e liberdade”, afirma Dominique Josse, responsável do Partido Comunista Francês pela África.

Há um sonho que Thomas Sankara não realizou. Exatamente um ano antes de seu assassinato, por ocasião de uma visita oficial na União Soviética, ele foi convidado à Cidade das Estrelas onde são formados e treinados os cosmonautas. A descoberta de uma cápsula Soyouz, das estações Saliout e Mir causa-lhe grande impressão. Ele se inclina diante da estátua de Yuri Gagarin, assina o livro de ouro e, antes de partir, saindo do protocolo, interpela os anfitriões. Ele conta : “Eu disse não, não é tudo, camaradas, esperem! Está tudo bem, estamos contentes. Nós os felicitamos, trata-se de um progresso científico. E quando tudo isto estiver a serviço dos povos, será realmente um bem. Mas eu queria perdir-lhes uma coisa … Duas vagas. É preciso que vocês reservem duas vagas, para formar burquinenses. Nós também queremos ir à Lua … Nós também vamos chegar lá! Então, a cooperação deve começar. E nós somos sérios. Nós queremos enviar pessoas à Lua, haverá americanos, soviéticos, pessoas de outros países… Mas haverá também de Burquina Fasso”.

“Nossa revolução não foi importada”
Entrevista ao jornal L´Humanité, por André Brécourt, realizada em 23 de janeiro de 1984.

Um homem sorridente, descontraído, cheio de humor, franco, que nos recebeu demoradamente num domingo à noite, em seu gabinete no Conselho de Entendimento, ao final de uma visita ds doze dias no Alto Volta (o país seria depois chamado de Burkina Fasso, em agosto de 1984 – Nota da Redação), que nos permitiu encontrá-lo três vezes. Disse-nos, após a entrevista, que conhecia o nosso jornal de longa data e que aproveitava essa ocasião para “saudar todos os amigos leitores”.

Muito se escreveu sobre a revolução no Alto Volta. Ela surpreende por seu estilo e incomoda muita gente. Podia dizer-nos por quê?

É verdade que nossa revolução incomoda e surpreende um grande número de pessoas. Surpreende no sentido de que rompe claramente os clichês geralmente admitidos que consideram a chegada de militares ao poder um banal golpe de Estado. Nós não fizemos aqui o que se pode chamar de golpe de Estado. Houve uma insurreição popular, minuciosamente preparada, na qual se encontravam progressistas, revolucionários, democratas, para pôr fim a um regime de submissão ao imperialismo. Foi isto que surpreendeu aqueles que não querem compreender o sentido em que evolui a história dos povos africanos. Igualmente, o que surpreende é que os militares do Alto Volta estão longe de ser aqueles pobres soldados tais como conhecemos em outros lugares ou tais como se imagina que sejam aqui. Os militares de nosso país, em sua grande maioria, são bastante politizados. São elementos ligados aos seus povos, compartilham suas aspirações e lutas cotidianas. Eles sabem quem é o inimigo principal e como os combater.

Se nossa revolução popular preocupa, é essencialmente por causa do exemplo que ela pode representar e não somente para a sub-região. Nossa revolução não foi importada e menos ainda decidimos exportá-la. Ela resulta de um processo histórico, cientificamente verificado, inevitável, na transformação das lutas que as classes sociais têm a realizar umas contra as outras para chegar a esta forma de revolução que não demanda algo mais do que se aperfeiçoar, as mesmas causas produzindo os mesmos efeitos, seja qual for o céu sob os quais estejam.

Vocês querem ir adiante e rapidamente. Mas os feudais no campo continuam poderosos, assim como a burguesia compradora. Ambos têm o controle da economia. Que medidas vocês pensam tomar para limitar seu poder?

Há uma primeira medida que consiste em adotar decretos e disposições, nós a rejeitamos porque é essencialmente burocrática. A segunda consiste em arrancar as massas populares do obscurantismo. É a esta tarefa que nos dedicamos.
Lutar contra o obscurantismo, isto permite a cada pessoa do Alto Volta elevar seu nível de consciência política, ser um povo em si e não para outros e isto não se faz sem dificuldades na medida em que o acesso ao conhecimento ainda é controlado pela burguesia e as forças feudais. Estamos decididos a enfrentá-las e para isso compreendemos que é necessário acelerar o processo de democratização a fim de botá-los para fora.

Isto não se faz sem cometer excessos, mas como poderia ser diferente? Estamos informados do que se passa no campo. Os camponeses ousam pela primeira vez dar parte às autoridades dos abusos de que são vítimas. Não vemos nisso uma delação, contrariamente a certas afirmações, mais do que isto trata-se de um começo de tomada de consciência entre nossos camponeses que entendem assim participar efetivamente da gestão cotidiana do poder.
Compreendemos que é necessário desmistificar estas forças do passado, apresentá-las ao nosso povo tais quais elas são. É por isso que somos a favor de uma imprensa responsável, militante, de uma rádio que nos permitirá fazer com que sejamos compreendidos até nos rincões mais afastados do país e nas línguas que nossos compatriotas entendem.

O seu país vive no momento os “Comitês de defesa da Revolução”. Parece que estes servem também de refúgio a rematados antirrevolucionários. Como vocês pensam fazer para limpar as fileiras dos CDR para que eles possam realmente desempenhar seu papel?

É verdade que há um pouco de tudo dentro dos CDR. Lá estão também reacionários que são habilmente infiltrados, assim como os oportunistas de esquerda. A dificuldade não se limita a essas duas categorias. É preciso compreender bem que os CDR constituem a arma essencial, as tropas de choque de primeira linha na batalha que nos permitirá fazer a revolução triunfar. Nós nos dedicamos também a purificá-los, ou seja, desembaraçá-los dos elementos contrarrevolucionários. Isto não pode ser feito senão pelo desenvolvimento paciente mas determinado da democratização de nossas estruturas. Já conseguimos alguns resultados!
Assim, algumas antigas autoridades foram destituídas sobre a base de fatos irrefutáveis apresentados pelos CDR. Em contrapartida, outros CDR viram suas práticas serem condenadas e foram obrigados a reeleger seus delegados e renovar suas direções. Há igualmente exageros de todo tipo. São normais e previsíveis.

Entre os quadros, o intelectual que sai do seu meio social pequeno-burguês para se juntar à revolução, e o trabalhador que viveu durante 23 anos sob um regime neocolonial, entre essas duas pessoas a compreensão e a prática da revolução não são as mesmas. Um pensa fazê-la com luvas brancas e o outro considera que ela deve dar-lhe a liberdade para cumprir todos os seus caprichos. Compreendemos muito bem esses comportamentos.

Nossa revolução venceu o fatalismo. Hoje o povo tem a possibilidade de se expressar. Hoje ele libera seus instintos. Amanhã, serão as consciências a ser libertadas e mobilizadas.

Em sua opinião, que lugar os sindicatos devem ter no processo atual?

No Alto Volta os sindicatos têm uma longa tradição de luta, embora não sejam homogêneos. Há os progressistas e também os reacionários. Estes últimos têm sido os braços seculares de alguns dirigentes sob os antigos regimes. No momento da revolução, não tivemos escolha. Não podíamos poupar nossas ações, sejam quais fossem as organizações em que se refugiavam, sejam os sindicatos ou os partidos clandestinos porque sabemos que eles não poupariam seus esforços para tentar abater-nos. De resto, pouco depois do 4 de agosto de 1983, um dirigente desses “sindicatos” proclamou alto e bom som que combateria nossa revolução abertamente, se fosse necessário.

Quanto aos sindicatos progressistas, cuja ação corresponde aos interesses populares, contamos com seu apoio para avançar. Por meio de sua ação mobilizadora, eles ocupam um lugar de destaque em nosso processo revolucionário. Em contrapartida, não queremos que entre os CDR e os sindicatos se instaure algum tipo de rivalidade. Opomo-nos a isso. No momento, não consideramos que possa haver do ponto de vista dos princípios revolucionários, oposição entre esses sindicatos e os CDR. Estamos persuadidos de que haverá oposições do ponto de vista subjetivo e vamos ter a coragem de combatê-las à luz do dia porque as denunciaremos como práticas do oportunismo de esquerda.

Pouco antes de sua partida para Niamey (Capital do Níger. Nota do Tradutor.), em uma declaração em 28 outubro que alcançou grande repercussão, você disse que havia tentativas de desestabilização contra o Alto Volta. Podia falar mais sobre isto?

Não tenho nada a acrescentar agora. Não queremos opor nosso povo a outros povos. Mas as manobras subversivas contra o Alto Volta são bastante reais e permanentes. Elas são nacionais e internacionais. Temos as provas disso. Mas não julgamos que seja oportuno divulgá-las no momento para não criar um clima de xenofobia em nosso povo.

Nós queremos circunscrever o mal em suas origens e dissociar claramente aqueles que nos atacam dos seus povos que nós consideramos povos irmãos, amigos. Esta é a razão pela qual não vamos propagar estas provas a fim de não apontar o dedo para determinada nacionalidade. Dito isto, eu confirmo solenemente a realidade desses complôs. Isto não decorre de uma simples análise lógica, mas é algo evidente para todo mundo, exceto para aqueles que dão mostras de miopia; isto decorre de investigações e de informações que militantes nos forneceram. Constatamos, assim, que uma revolução justa jamais fica isolada. Isto nos reconforta.

Como vê as relações com a França?

Nós queremos uma cooperação dinâmica, que floresça e permita que os franceses e o povo do Alto Volta se abram uns aos outros. Este tipo de cooperação só poderá acontecer se os franceses e o povo do Alto Volta se livrarem dos cálculos frios que se escondem por trás dos interesses de cada Estado. Se ambos estiverem convencidos de que toda forma de neocolonialismo, de imperialismo, de paternalismo está descartada deste tipo de relação.

Isto significa que é necessário que nossa dignidade seja respeitada, assim como nossa soberania. Isto também significa sobretudo que é necessário trabalharmos essencialmente para aproximar os nossos dois povos e não cultivar relações oficiais, protocolares. Somente desta forma poderemos ter de ambas as partes uma política consequente. A França que emergiu do 10 de maio de 1981 (eleição do socialista François Miterrand à Presidência da República. Nota do Tradutor) faz belas declarações que conquistam a simpatia dos povos africanos.

Mas o que nós desejamos é que o cotidiano possa estar em conformidade com essas declarações e as promessas feitas. Vocês se lembram das declarações feitas pelo Partido Socialista antes do 10 de maio de 1981, comparem-nas como que se faz concretamente hoje.

Certamente, não subestimo o peso do capitalismo internacional com tudo o que isto implica, mas ainda assim sustento o que afirmei.

O comportamento do governo da França surpreende, contraria nossas convicções e nossas esperanças, desde que ele continua a manter relações com a África do Sul (sob o regime do Apartheid, na época. Nota da Redação), quando ele envia suas tropas ao Chade para apoiar o regime de Hissène Habré. São constatações que nos fazem mal. Nós dizemos aos franceses, com toda a amizade, com toda a franqueza, a fim de permitir que nos compreendam melhor, assim como nós esperamos que nos façam críticas, que nos digam como agir para sermos melhor compreendidos por eles. A cooperação entre a França e o Alto Volta pode ser bela e exemplar com a condição de que aceitemos que nossos inimigos sejam condenados onde quer que se encontrem, mesmo que isto nos faça mal em razão de nossas alianças paralelas.